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Em entrevista ao Tribuna do Planalto prefeito de Inhumas explica porque decidiu não investir no Carnaval de Rua.
Por decisão do prefeito da cidade de Inhumas, Dioji Ikeda, este ano não haverá carnaval de rua na cidade bancado pela prefeitura. De acordo com o gestor, a medida foi tomada a partir da solicitação de uma comissão formada por pastores e membros da Igreja Católica da cidade. Com isso, parte da verba de R$ 230 mil, destinada ao “Inhumas cai na Folia”, como é conhecida a festa, será direcionada para a reforma da Escola Municipal Dentinho de Leite, localizada na Vila 31 de Março. Outra parte do montante, de acordo com informações do gestor, será direcionada para a compra de uma nova ambulância para atender a população.
De acordo com Ikeda, o cancelamento da festa foi debatido com vários segmentos da sociedade inhumense, como a Câmara de Vereadores, OAB, Juizado da Infância e Juventude, Câmara de Dirigentes Lojista (CDL) e representantes de blocos de carnaval tradicionais de Inhumas. “Todos concordaram que seria mais benéfico para a população que o dinheiro fosse aplicado em setores que têm mais urgência e não na realização da festa”, destaca Ikeda. Segundo ele, a reforma da escola Dentinho de Leite é prioridade, já que em julho do ano passado os alunos da instituição tiveram de ser transferidos para um local provisório, alugado pela prefeitura, devido a precariedade das instalações.
Diante da demanda, e sem tempo para esperar a vinda de recursos federais, Dioji Ikeda alega que uma saída razoável foi cancelar a festa popular. Evento que, na sua avaliação, não representa um benefício positivo para a cidade. Ao fazer uma análise das últimas edições do “Inhumas cai na folia”, o prefeito diz não ter boas lembranças da festa. Segundo ele, porque o Carnaval não gera receita em turismo para a cidade, e normalmente é marcada por “bebedeira excessiva”, o que contribui para um número elevado de “desavenças” nos quatro dias de festa. “É mínimo o número de pessoas que realmente se divertem em shows e bailes no meio da rua”, avalia o gestor, que diz preferir apostar “no descanso” no período, ao invés do “barulho” da festa popular.
Sobre a atitude bastante incomum no período, já que o Carnaval ocorre em quase todas as cidades do País, o prefeito prefere deixar claro que não se trata de uma ação moralista, tampouco que tem o interesse de repreender quem é adepto da folia popular. Ao contrário, acredita que o atual modelo da festa não traz elementos que representem a cultura local de Inhumas. “Para manter a tradição de nossa cidade, vamos dar apoio a apresentação dos blocos de rua tradicionais, como o Zé Pereira e o Galo da Madrugada, que representam a cultura do Carnaval”, completa o prefeito inhumense.
Na avaliação de Dioji Ikeda, a medida faz parte de “uma gestão eficaz, afinada com seus propósitos administrativos, e com o foco nas necessidades da população de Inhumas”. Um exemplo, segundo ele, são as melhorias realizadas pela sua gestão nos postos de Saúde da cidade, que foram reaparelhados. O prefeito lembra ainda que na quarta-feira, 27, a cidade recebeu um nova ambulância do Samu, que ficará à disposição no Hospital Cais Municipal, que passará a contar com dois veículos. Motivos de sobra, avalia Ikeda, para usar os recursos destinados ao Carnaval em outros setores. “Se uma boate quer organizar um baile, ótimo. Um bar, um clube, excelente. Qualquer um, menos o poder público”, finaliza.