Infração de trânsito: Goiânia arrecada mais de 52 milhões em 2021; dinheiro será investido em mobilidade

Nos nove primeiros meses de 2021, Goiânia arrecadou R$ 52.158.817,04 apenas em infrações de trânsito. Durante todo o ano de 2020, foram R$ 76.622.470,04. De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), as multas devem ser destinadas em fiscalização, educação e engenharia de trânsito e o secretário municipal de Mobilidade, Horácio Mello, garante que o compromisso da atual gestão administrativa da capital é justamente essa: melhorar a mobilidade da cidade.

LEIA TAMBÉM: Sem plano emergencial, transporte coletivo estaria em apuros

O titular da pasta concedeu entrevista exclusiva ao Diário de Goiás neste domingo (24/10) durante as comemorações do aniversário de Goiânia. Apenas em agosto deste ano, foram arrecadados R$ 10.340.983,86 em infrações. “Existe um dispositivo no Código de Trânsito Brasileiro diz que todo o dinheiro de multa só pode, é exclusiva e verba carimbada só pode ser gasto com educação, fiscalização e engenharia de tráfego”, pontua.

Horácio garante que o que está sendo arrecadado a partir das infrações de trânsito, está sendo reconduzido para as devidas destinações. “Eu posso dizer de forma bem tranquila, que o prefeito já deixou isso claro: dinheiro da mobilidade deve ser investido em mobilidade”, garantiu. “Mobilidade mexe com a vida de todo o mundo. Existe um entendimento da prefeitura que é necessário investir em mobilidade para dar qualidade de vida do goianiense, estamos muito tranquilos com relação a esse investimento que será feito. Temos muitos recursos de infratores e a ideia é pegar esse dinheiro para dar qualidade de vida ao goianiense.”

Veja a tabela de arrecadação abaixo:

Questionado especificamente sobre o que os recursos poderiam financiar, Mello avalia que o conceito de investimentos em mobilidade são amplos mas que os recursos não serão desviados. “Não vamos investir em coisas que não tem a ver com mobilidade. Desviar esse recurso que é fundamental para qualificar os semáforos, para organização de trânsito, melhorar o transporte coletivo, investir em campanhas educativas, o investimento é grande. Mudança comportamental é um processo geracional. Precisa ter esse dinheiro que possa dar condições de mobilidade à altura de Goiânia”, pontua.

Se a Prefeitura poderia utilizar esses recursos para o financiamento das pontes e viadutos que a cidade planeja construir, Mello avaliou que sim, mas que não é o momento. “Poderia sair. Investimento em viaduto é mobilidade. Só tem que colocar a origem e destino certos para não fazer de forma equivocada. Como o viaduto é um custo mais alto, estamos buscando recursos em Brasília no Ministério do Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura para que Goiânia possa cada vez mais ter um trânsito e transporte melhor”, destacou.