O Índice de Preços ao Consumidor da China (IPC), um dos principais indicadores da inflação, subiu para 2,3% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, anunciou hoje (10) o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE). É o maior aumento em quase dois anos e supera a projeção de 1,8% da agência financeira Bloomberg.
Uma inflação moderada pode beneficiar o consumo, estimulando os consumidores a comprar na expectativa que os preços subirão, enquanto uma queda encoraja os clientes e empresas a adiar as encomendas.
O preço dos alimentos disparou durante o período do Ano Novo Lunar, a grande festa que reúne as famílias chinesas, com os preços da carne de porco e dos vegetais subindo 25,4% e 30,6%, respectivamente.
No mesmo período, o Índice de Preços ao Produtor caiu 4,9%, uma ligeira recuperação diante da queda de 5,3% registrada em janeiro.
É o 48º mês consecutivo em que o principal indicador da inflação registra queda, refletindo o impacto do excesso de produção que afeta grande parte do setor secundário chinês.
A subida nos preços dos alimentos é justificada pelas sucessivas ondas de frio que atingiram grande parte da China em fevereiro, informa o analista do GNE, Yu Qiumei, em comunicado.
“Tempestades de vento, queda da temperatura, chuva e nevascas, em meados de fevereiro, afetaram a produção e o transporte de vegetais frescos”, lembrou Yu, acrescentando que os preços dos vegetais aumentaram 29,9% em relação a janeiro, a maior alta desde março de 2008.
Os preços no setor dos transportes e nos locais turísticos registraram aumento acentuado, resultado do aumento da procura durante o Ano Novo Chinês. A escassez de pessoal em alguns setores, durante esse período, contribuiu também para o aumento dos preços, disse o analista.
Os preços do conserto de automóveis e dos cabeleireiros, por exemplo, subiram 6,9% e 5,7%, respectivamente, em relação a janeiro.
O aumento da inflação é sinal positivo para a economia chinesa, que cresceu no ano passado ao ritmo mais lento dos últimos 25 anos (6,9%).
Pequim está iniciando uma transição no modelo econômico do país, visando a dar maior ênfase ao consumo, em detrimento de investimentos em grande obras públicas ou exportações.