O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta semana que o Banco Central do país vai emitir notas de 20 mil e 50 mil pesos, respectivamente valendo algo como R$ 100 e R$ 250, considerando o câmbio paralelo – dólar azul – desta quinta-feira (28).
A informação, dada em entrevista ao jornal La Nación, foi justificada como medida para diminuir a circulação de dinheiro e ajudar a população que efetua pagamentos em espécie, já que, por conta da inflação, tudo está com o valor muito elevado e, atualmente, a maior nota no país é a de 2 mil pesos.
“É uma tortura com o dinheiro. Imagine se você tem de pagar com dinheiro e tem de carregar um monte de notas, o que te coloca um rótulo na testa que diz: ‘Roube aqui’. É óbvio que você está levando dinheiro”, afirmou Javier Milei, sem, porém, dizer quando será oficializada a emissão das novas notas.
Vale lembrar que a argentina enfrenta uma inflação de mais de 160% no acumulado de 12 meses até novembro, o que desvaloriza a moeda local. A reportagem do Diário de Goiás, que esteve recentemente no país, entrevistou moradores que disseram como isso afeta a economia do dia a dia.
O que mais foi dito, entre as entrevistas, é de que os preços vão subindo e os salários também, mas para a grande maioria, o preço do serviço pago não aumenta na mesma proporção da inflação, e isso faz com que os trabalhadores sejam lesados e percam de 10% a 20% do seu dinheiro, por conta da crise econômica.
Além disso, a grande maioria dos argentinos estão proibidos de comprar outras moedas. O dólar por exemplo, ninguém pode comprar mais de 200 dólares por mês e, pra piorar a situação, Javier Milei, que prometeu em sua campanha a dolarização da Argentina, dois dias após a posse, anunciou a desvalorização do peso, que na época tinha a cotação oficial de US$ 1 para 366 pesos e passou a ser fixado em US$ 1 para 800 pesos.