O Inep, instituto do Ministério da Educação, estuda mudanças nos indicadores de avaliação da qualidade do ensino superior vinculados ao Enade, exame aplicado aos concluintes da graduação.
A ideia é criar uma metodologia próxima à usada no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em que o resultado geral permite apontar determinado nível de conhecimento a partir da nota dos alunos.
Hoje, as notas do Enade são distribuídas em conceitos de 1 a 5, conforme o desempenho dos cursos -em geral, notas abaixo de 2 são consideradas insatisfatórias.
“Com isso, não consigo garantir que cursos com nota 5 são necessariamente cursos de excelência. Tudo mostra, inclusive em comparação com outros sistemas, que há uma correlação de qualidade. Mas também posso estar tratando do menos pior de um grupo de cursos”, afirma a coordenadora-geral substituta de qualidade do ensino superior, Mariângela Abrão.
Ainda segundo a equipe técnica do Inep, o atual modelo também dificulta a comparação com as provas de anos diferentes, uma vez que cada uma delas têm nível diferente de exigência.
“Uma das evoluções que estamos buscando é fazer uma despadronização desses indicadores, para que seja possível dizer que uma nota 5 reflete tais padrões de qualidade”, completa Abrão.
O diretor de avaliação da educação superior, Rui Brito, confirma a possibilidade de mudança nos indicadores.
“Para [o Enade] 2017, não será possível mudar essa metodologia. Mas ao longo desse ano estamos estudando formas de tornar o Enade comparável. Para 2018, podemos ter um Enade diferente”, diz. (Folhapress)