A produção industrial brasileira cresceu 2,5% em 2017, divulgou o IBGE nesta quinta-feira (1º).
É a primeira vez depois de três anos seguidos (2014, 2015 e 2016) de queda na produção.
A alta foi consolidada com aumento de 2,8% na produção de dezembro ante o mês anterior. Em novembro, a alta havia sido de 0,2% em relação a outubro.
A indústria viveu período de melhora na produção ao longo do ano. As exceções foram aos meses de março (-1,9%) e agosto (-0,6%).
No primeiro trimestre do ano, a produção ainda sentia o efeito mais agudo da crise, tendo registrado queda em março que superou as altas nos dois meses anteriores.
A oscilação havia sido interrompida até agosto. A tendência é de melhora da indústria na esteira da retomada econômica, ainda que lenta e gradual.
Apesar da recuperação, André Macedo, gerente da pesquisa, ressalta que ainda é cedo para se falar em recuperação. “O ano de 2017 rompe um período de queda na indústria brasileira, mas ainda está longe de uma mudança ideal.”
SETORES
O maior impacto positivo foi da indústria automotiva, cuja produção cresceu 17,2% em 2017. A melhora veio do meio do ano passado em diante, baseada principalmente nas exportações de veículos, carrocerias e componentes para a América Latina.
“Praticamente todos os setores tiveram crescimento, mas o setor automobilístico, principalmente a fabricação de veículos pequenos, foi o que mais influenciou.
Grande parte disso se deve à melhora no nível de estoques e ao aumento das exportações “, afirmou Macedo.
A indústria voltada para a produção dos alimentos foi beneficiada no início do ano pelo fenômeno da super safra, que reduziu o preço dos grãos devido a melhora na produtividade no campo. Com isso, conseguiu registrar alta de 1,1% em 2017.
No mercado interno, houve melhora nos chamados bens de capital, que são máquinas voltadas para a linha de produção. No ano passado, a alta foi de 6%. Os bens de capital são considerados um termômetro do investimento na economia.
Analistas explicam, contudo, que os investimentos em máquinas foram feitos no país para melhorar a competitividade dos produtos em meio à queda de vendas.
Os investimentos, portanto, não foram feitos com vistas ao aumento de produção.