A Polícia Civil de Goiás indiciou quatro engenheiros pelo soterramento de uma obra de uma clínica na rua 87 no Setor Sul. O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (9). No acidente, duas pessoas morreram. A construção ainda segue interditada.

De acordo com a polícia civil, entre os quatro engenheiros indiciados estão o técnico e o projetista. Todos vão ser indiciados por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar. No entender do responsável pelas investigações, Isaías Pinheiro, eles foram “negligentes e imprudentes” por não terem realizado a contenção de uma parede de terra que ficava junto ao meio fio e o asfalto e que ameaçava desmoronar.

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Segundo o delegado a contenção não era relativa ao buraco escavado pelos operários que acabaram soterrados, mas em relação a outra escavação que já havia sido feita no local. De acordo com Isaías Pinheiro, 15 pessoas foram ouvidas no inquérito.

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Prestaram depoimento funcionários da construtora A J. Aguiar, responsáveis da Clínica do Esporte, entre outras pessoas.

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Resposta

Em nota a empresa A J Aguiar Construtora informou que ainda não tomou ciência da conclusão do inquérito e que irá se manifestar apenas após tomar conhecimento de seu teor. Vale ressaltar que nem a Clínica do Esporte, nem os representantes foram indiciados pela polícia.

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Relembre o caso

O fato ocorreu na tarde do dia 10 de agosto. Os dois operários morreram enquanto trabalhavam na obra. Carlito Francisco dos Santos, de 39 anos, e Wender César de Oliveira, também de 39, estavam escavando o terreno quando um barranco cedeu, e uma grande quantidade de terra caiu sobre eles.

A obra, que está localizada na Avenida 87, com a Rua 124 faz parte de uma ampliação da Clínica do Esporte. A obra permanece interditada. Nos dias seguintes ao acidente, parte da 87 ficou fechada e na Rua 124 o trânsito ficou impedido, até que fossem encerrados um trabalho de reforço no solo para evitar desmoronamentos.

A época, a Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação de Goiânia (Seplanh) alegou que a obra é ilegal. Segundo a administração municipal, o projeto não possuía aprovação e o alvará não havia sido concedido pela Prefeitura.

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