Categorias: Leandro Mazzini

INCRA negocia fazenda de Eunício

 

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) pode perder parte da sua mega fazenda em Goiás para a reforma agrária. Fontes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) afirmam que o parlamentar, proprietário da Fazenda Santa Mônica, estaria disposto a negociar a propriedade ocupada há quatro meses por mais de 1.500 famílias de sem-terra. A Santa Mônica abrange cerca de 20 mil alqueires de terras em três municípios goianos.

O INCRA comemora 22 novas desapropriações decretadas pela presidente Dilma no D.O. do último dia 31 – nenhuma delas é a Santa Mônica. Mas a propriedade de Eunício entrou na fila. O governo reservou R$ 76,7 milhões do Orçamento deste ano para pagar as terras desapropriadas pelo último decreto, uma média de R$ 3,48 milhões por propriedade. Obviamente há grandes e pequenas fazendas, e os valores variam. A maior delas foi a Salgador, em Presidente Vargas (MA), com 26 mil hectares desapropriados e 655 famílias assentadas.

Não se sabe quanto valem as terras de Eunício, nem quanto reivindica o MST. O INCRA acompanha com cautela a situação. Fato é que, como revelou a Coluna, os sem-terra criaram um Quartel General armado em parte da propriedade invadida. Torres de vigilância erguidas ao longo da margem de uma rodovia mostram sem-terra armados com espingardas. O grupo mantém uma caixinha de R$ 30 mil por mês com contribuições de R$ 20 por família – do contrário, o nome do pretendente a um pedaço de terra é excluído da lista. E as barracas montadas devem ter pelo menos um morador – muitos são residentes da região, de áreas urbanas ou rurais, e alguns têm propriedades.

De acordo com o INCRA, foram desapropriadas dia 31 cinco fazendas em Goiás, quatro no Maranhão, quatro em Pernambuco, duas em Minas, duas na Paraíba, e uma em cada um destes Estados: Sergipe, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rondônia. Dilma comemora assim ‘66.658 hectares destinados à reforma agrária, que beneficiarão 1.739 famílias em 10 estados’, somente em 2014, informa o instituto. ‘No período de 2010 a 2014 foram decretados pela presidenta Dilma Rousseff 374 imóveis para fins de reforma agrária em área de 731.206 hectares’.

Os números felizes do governo são tão chamativos quanto desafiadores: resta saber se o INCRA vai inspecionar e acompanhar a esperada produtividade dos assentados, ou se continuará a reforma agrária sem saber se realmente empossou lavradores humildes ou trambiqueiros espertos donos de apartamentos e veículos que se passam por sem-terra e vendem as terras herdadas.

Resta saber também quanto Eunício vai pedir pelo pedaço da grande fazenda. Pouco não é. Naturalmente o senador tem dívidas de campanha pela derrota ao governo do Ceará, e pode fazer um grande negócio.

 

Lembrança de Vargas

Do seu celular de Londrina (PR), o ex deputado federal André Vargas (ex-PT) enviou no Réveillon, para rede de amigos, uma curiosa mensagem pelo aplicativo WhatsApp.

Era a figura de um Minions Sinceros (aquele personagem amarelinho do filme ‘Meu Malvado Favorito’) com o texto ‘Lembro de 2014 como se fosse ontem’.

Conotou um masoquismo parlamentar. No 2014 foi revelada pela PF sua ligação íntima com o doleiro preso Alberto Yousseff, que lhe pagou jatinho para viagem; e no qual foi defenestrado do PT e expurgado da Câmara dos Deputados.

Il Signore Puccinelli

Aposentou-se (por ora) uma figura lendária do Mato Grosso do Sul. O italiano Andre Puccinelli, com alcunha de governador. Mas consagrou-se como grande frasista.

Chamou o então ministro do Meio Ambiente Carlos Minc de ‘Veado Pantaneiro’, ‘Homossexual e fumador de maconha’. À Comitiva da FIFA, mandou na lata sobre quanto teria de pagá-los para ter Campo Grande como sede da Copa.

Disse ‘corto o meu saco’ se o adversário Zeca do PT, ex-governador, obtivesse 30 mil votos para deputado federal (para sua sorte, alcançou 13 mil, eleito por quociente eleitoral). E por estes dias mandou um repórter ‘tomar no fiofó’ ao ser questionado sobre obra inconclusa. Diz que é perseguido pela imprensa porque é ‘achacado’ e por isso ‘não dou porra nenhuma de dinheiro para jornais’.

Vai fazer falta o seu rico vocabulário.

Marcley Matos

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Marcley Matos

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