O presidente da Argentina, Maurício Macri concedeu entrevista na tarde desta segunda-feira (12/08) e demonstrou-se inconformado com os resultados das prévias de domingo. A chapa encabeçada pelo candidato da oposição, Alberto Fernández que tem como vice, a ex-presidente do país, Cristina Kirchner. “A alternativa kirchnerista não tem credibilidade no mundo, o kirchnerismo isola a Argentina do mundo. Seus eleitores precisam entender isso”, lamentou. As informações são da Folha de Sâo Paulo.
De olhos marejados, Macri não escondeu sua irritação. As eleições sendo hoje, não haveria sequer necessidade de um segundo turno. Os dados oficiais mostram que a população argentina teve participação em peso nas votações com 75% dos eleitores participando do pleito.
Macri ainda tentou justificar a derrota prévia. Alegou que os eleitores que não votaram nele fizeram “por raiva devido à situação econômica”, mas que ouviu a voz das urnas. No entanto, atribuiu a situação econômica a uma “herança” recebida pelo governo anterior – justamente o comandado por Cristina Kirchner.
“Nós recebemos o país nas piores condições possíveis. Entendo a bronca com a economia, mas isso não se melhora tão rápido”, alegou.
Eleição reflete economia
Derrotado previamente, Macri acordou nesta segunda-feira (12) com o peso argentino tendo forte desvalorização. Na abertura do mercado de câmbio, o peso argentino despencava 14% em relação ao dólar. Na mínima até o momento, despencou 30,3% , para o recorde de 65 por dólar, segundo a Reuters.
Por volta das 11h30, a queda era de cerca de 25%. Em um dia de nervosismo nos mercados, a moeda dos Estados Unidos era negociada a 53 pesos na abertura das casas de câmbio, ante 46,55 pesos no fechamento da última sexta-feira.
A tensão com o futuro econômico do país também fez com o que o índice Merval despencasse 30% nesta segunda-feira. O Merval é o principal índice de bolsa de valores do país de Macri e representa as ações mais negociadas do mercado argentino.
O Banco Central da Argentina subiu a Letras de Liquidez (Leliq), que serve de referência para política monetária do país, 10 pontos percentuais, para 74%, segundo operadores consultados pela Reuters.