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| Em 4 anos atrás

Incompetente na gestão da pandemia, Bolsonaro parece querer acabar com a democracia no Brasil, aponta editorial do Washington Post

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O Jornal norte-americano Washington Post destacou em texto editorial nesta sexta-feira (02/04) que o presidente da República, Jair Bolsonaro, não conseguiu fazer que o Brasil impedisse o avanço da Covid-19. A publicação chama sua gestão de “incompetente”.  Não bastasse todo o cenário calamitoso, Bolsonaro também ameaça democracia brasileira. “O Brasil está vivendo um dos piores picos de infecções por Covid-19 que o mundo já viu”, destacou logo na introdução.

A publicação destaca que o Brasil convive com quase 4 mil mortes diárias e um lento sistema de vacinação. Para piorar a situação, há poucas, senão nenhuma, medida de bloqueio para retardar novas infecções do novo coronavírus. Nesse estopim cruel que o Brasil vive, Bolsonaro ainda resiste “medidas de saúde pública” se referindo à medidas restritivas adotadas em todo o globo para tentar conter o avanço da Covid-19, além de tentar promover “curas charlatanescas” se referindo a medicamentos sem nenhuma comprovação cientifica como a ivermectina e a hidroxicloroquina.

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“Não há fim à vista: graças à impressionante incompetência do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, apenas 2% dos brasileiros foram totalmente vacinados e as medidas de bloqueio necessárias para retardar novas infecções, incluindo de uma variante virulenta que surgiu no Brasil, são praticamente inexistentes”, destacou.

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Com seu espírito megalomaniaco, Bolsonaro parece querer dar um golpe político ao ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sivla emergindo como um “potente adversário’ nas próximas eleições. A publicação ainda descreve que Bolsonaro é um admirador do regime militar e do ex-presidente Donald Trump. Logo, deve adotar as mesmas estratégias delirantes que o ex-presidente republicano adotou nas Eleições em 2020: sair disparando por aí que tudo é fraude.

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“Bolsonaro expressou abertamente sua admiração pela ditadura militar que governou o país nas décadas de 1960 e 1970. Admirador de Donald Trump, ele adotou a tática do ex-presidente dos EUA de alertar sobre fraude nas próximas eleições e exigir que os sistemas de votação eletrônica sejam substituídos por cédulas de papel. Ele apoiou as alegações de Trump sobre fraude eleitoral, e seu filho, um legislador que visitou Washington na véspera de 6 de janeiro, expressou consternação porque o ataque ao Capitólio não teve sucesso”, destaca um trecho do editorial do jornal norte-americano.

Seja qual for a ameaça que Bolsonaro intente, o jornal destaca que os Estados Unidos devem dar um claro recado à Bolsonaro: “uma interrupção da democracia seria intolerável”.  

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“O congresso no Brasil pode propor o impeachment de Bolsonaro por sua péssima gestão da pandemia, incluindo minimizar sua gravidade, resistir às medidas de saúde pública e promover curas charlatanescas. Mas as democracias dos Estados Unidos e da América Latina devem prestar atenção à medida que as eleições do próximo ano se aproximam – e deixar claro para Bolsonaro que uma interrupção da democracia seria intolerável. O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.