O incêndio que consumiu a torre Grenfell, em Londres, matando ao menos 79 pessoas, começou em uma geladeira da marca Hotpoint, e as amostras do revestimento externo coletadas do prédio falharam em todos os testes de segurança, informou a polícia britânica nesta sexta-feira (23).
A superintendente da polícia, Fiona McCormack, disse que, em vista do elevado número de mortes, as autoridades estavam considerando acusações de homicídio culposo sobre o desastre, quando não há a intenção de matar.
Segundo McCormack, o modelo que deu origem ao incêndio, o FF175BP, não estava passando por um recall e que a fabricante está realizando testes adicionais.
“Nós temos agora provas de que o fogo não foi iniciado deliberadamente”, disse McCormack.
O governo britânica ordenou uma análise técnica imediata do modelo de refrigerador Hotpoint, fabricado entre 2006 e 2009, para determinar se medidas adicionais precisam ser tomadas, mas disse que não havia necessidade de os proprietários desligarem seus aparelhos.
A polícia também afirmou que tanto o isolamento como os azulejos do revestimento do prédio não passaram nos testes de segurança realizados após o incêndio.
“Exames preliminares mostraram que as amostras de isolamento coletadas da torre Grenfell entraram em combustão logo após o início do teste”, disse McCormack.
Sobre as acusações com relação ao caso, a polícia disse estar “considerando homicídio culposo, bem como crimes de violações de legislação e de regulamentos”.
O incêndio, o pior da Grã-Bretanha desde a Segunda Guerra Mundial, aumentou a pressão sobre a primeira-ministra Theresa May, que luta por sua sobrevivência política depois que seu partido perdeu sua maioria parlamentar na eleição do dia 8 de junho.
Ao falar sobre o número de vítimas da tragédia, McCormack disse: “Temo que haja mais”.
Leia mais:
Número de mortos em incêndio em Londres sobe para 79, diz polícia
Grande incêndio atinge prédio com 120 apartamentos em Londres