A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, na noite desta quarta-feira (14), no Rio, repercutiu na imprensa internacional. Sites dos principais veículos de imprensa dos EUA, Inglaterra, Argentina, Peru e Venezuela publicaram a notícia do assassinato da parlamentar.
O inglês The Guardian e os americanos New York Times, Washington Post e ABC Press usaram texto da agência Associated Press para noticiar a morte da vereadora. Na reportagem é destacado que a vereadora e seu motorista foram mortos por criminosos não identificados no centro do Rio, onde militares estão encarregados pela segurança há um mês após uma onda de violência.
O texto descreve Marielle como especialista em violência policial e lembra que no último sábado (10) ela acusou policiais de serem extremamente agressivos nas incursões em favelas.
O texto publicado no site da TV venezuelana Telesur falou do assassinato de Marielle a caminho de casa e destacou que o carro no qual estava foi alvo de oito tiros.
O site do jornal argentino Clarín fala que a morte da vereadora choca o Brasil e mobiliza partidos e organizações sociais que pediram marchas nesta quinta (15). O jornal peruano El Comércio descreveu Marielle como uma pessoa muito ativa na luta por direitos humanos e que ela tinha se convertido em uma dura crítica da intervenção do Exército na segurança do Rio.
ATAQUE
A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta na rua Joaquim Palhares, no Estácio, zona norte do Rio.
Ela e o motorista do carro em que estavam foram baleados e ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava sobreviveu. Testemunhas ouviram cerca de dez tiros no momento do crime.
A parlamentar voltava do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, uma roda de conversa na Lapa (centro), quando foi interceptada pelos criminosos.
A vereadora era aliada do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio. Freixo e correligionários compareceram ao local do crime. O deputado disse que todas as características indicam ter se tratado de uma execução e que vai cobrar providências.
Segundo ele, nem o partido e nem a família de Marielle sabiam de ameaças contra ela. “Cabe à polícia investigar. Há caminhos para se investigar esse crime”, afirmou.
Para ele, a morte de Marielle “é um crime contra a democracia, um crime contra todos nós.” Chorando, disse que a conheceu jovem, há dez anos, quando ela começou a trabalhar com o deputado.
“Era uma pessoa muito importante na luta contra o racismo no Rio”, disse ele. A terceira ocupante do carro, sua assessora de imprensa, prestou depoimento à Delegacia de Homicídios. Ela, que foi ferida por estilhaços, deixou o local muito abalada e não quis falar com a imprensa.
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