O grande desafio do novo plano diretor de Goiânia é sanar a maior deficiência do plano de 2007, que de acordo com o presidente da SECOVI, Ioav Blanche, refere-se ao setor não residencial da cidade. O município, segundo ele, através das dificuldades que criou, acabou afugentando a atividade econômica de grande porte. “Para ser implantada uma atividade econômica de grande porte, ela deve estar localizada só em determinadas vias. Uma indústria em Goiânia, hoje, é praticamente impossível. Depois do plano diretor de 2007, nenhuma grande indústria se instalou aqui. ”, pontuou.
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O presidente da SECOVI alertou sobre como os processos burocráticos que envolvem a aprovação dos recursos para a construção de grandes empresas dificulta o desenvolvimento econômico. “Existem tantos estudos e é necessário passar por tanta gente dentro da prefeitura, que quando a aprovação sai, o recurso que tinha conseguido já não existe mais”, disse.
Ioav Blache exemplificou o caso do empreendimento Órion, que segundo ele, teve dificuldade em conseguir a aprovação para seguir com o projeto. O presidente ressaltou que a prefeitura de Goiânia falhou ao não ter dado incentivo desde o início. “Eles deveriam estar em tapete vermelho, com a prefeitura pedindo para que fizessem outro em Goiânia”, reiterou.
Em menos de 30 dias um projeto residencial pode ser aprovado em Goiânia. De acordo com Ioav, nunca houve isso na história da cidade. Há um ano atrás, a aprovação só era possível num prazo de um ano e meio.
O presidente da SECOVI criticou a forma com que Goiânia mantem-se economicamente ao dizer que a metrópole não se dedica a expansão das atividades econômicas, “vivendo através de IPTU”. Ele ressalta que, na maior parte dos municípios, o IPTU não passa de 5% da arrecadação. Em Goiânia, o caso é diferente. O arrecadamento do ISS é igual à do IPTU e do ITBI juntos, representando 50%. Os dois juntos, retratam mais de 30% da arrecadação geral. O que caracteriza uma baixa arrecadação de ICMS e de imposto de renda.
“Goiânia é uma cidade pobre. A maior parte das pessoas vivem do serviço. O serviço não multiplica a riqueza. A maior indústria que se tem em Goiânia é da Construção Civil. Um trabalhador da indústria gera 20 vezes mais riqueza do que um trabalhador do comércio em serviço”, pontuou.
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Outro aspecto evidenciado, é que a Capital está deixando de ter investimentos por falta de energia elétrica, devido à dificuldade de liberação de carga pela Celg.
“Uma indústria não pode ser montada sem energia elétrica. Um grande empreendimento consegue funcionar a base de gerador. Podendo pagar três vezes à mais o valor da energia para funcionar. Mas um pequeno comércio não consegue”, concluiu.
“Uma indústria não pode ser montada sem energia elétrica. Um grande empreendimento consegue funcionar a base de gerador. Podendo pagar três vezes à mais o valor da energia para funcionar. Mas um pequeno comércio não consegue”, concluiu.