A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, rechaçou nesta sexta (24) criticas de que estaria travando as liberações de crédito pelo banco.
“Imaginar que o presidente banco de desenvolvimento quer segurar crédito me parece esdrúxulo”, afirmou, em entrevista antes de abrir seminário sobre start-ups promovido pelo banco.
“O banco está trabalhando, pelo contrário, para agilizar a concessão de crédito e promover o desenvolvimento sustentável”, completou.
No primeiro bimestre, o BNDES desembolsou R$ 10 bilhões em empréstimos, queda de 16% com relação ao mesmo período do ano anterior.
O banco diz que a queda é reflexo do cenário econômico. Mas destaca que o ritmo de retração já é menor do que no ano passado.
Marques citou alguns exemplos de medidas que vêm sendo tomadas por sua gestão para ampliar a liberação de recursos, como a redução da burocracia para pequenas e médias empresas e do prazo para análise de projetos.
Neste sentido, disse, a meta é que pelo menos 50% dos pedidos de financiamento feitos este ano sejam aprovados em um prazo inferior a 180 dias.
“Já tivemos um caso aqui que levou 2.000 dias”, comentou a executiva.
A presidente do BNDES disse que ainda é cedo para avaliar os efeitos da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, na carteira de empréstimos e participações do banco relacionada ao setor frigorífico.
“Estamos acompanhando, mas é muito prematuro para ter um posicionamento. Até agora, parece que a coisa é restrita”, disse.
O banco teve papel fundamental na consolidação do setor, que resultou a criação dos gigantes JBS e BRF. (Folhapress)