O Ibama liberou nesta sexta-feira (9) a licença de operação da maior mina de minério de ferro do mundo, em Carajás (PA).
O S11D -sigla de bloco D do corpo geológico S11 (S de Sul)- deve começar a operação no primeiro trimestre do ano que vem. A estimativa é que ela possa extrair até 90 milhões de toneladas/ano, o que vai elevar em 30% a produção de minério da Vale até 2020.
A licença saiu com 16 condicionantes, entre elas o pagamento de uma compensação ambiental de R$ 47,5 milhões, a criação de uma unidade de conservação ambiental na região e a conservação de cavernas.
O início do licenciamento dessa mina ocorreu em 2009. A licença de operação é a última fase do processo, o que permitirá à companhia iniciar a exploração efetiva do minério.
Os técnicos do órgão de licenciamento apontaram que a qualidade e a quantidade de minério da mina viabilizaram soluções ambientalmente favoráveis, o que facilitou o licenciamento mesmo num terreno na região da Floresta Nacional de Carajás.
A exploração, por exemplo, não terá barragem de rejeitos porque a água que será utilizada é da própria umidade do terreno, o que só é possível devido ao minério ser de alta pureza. Também foi possível construir esteiras para transportar o minério, o que reduz o uso de caminhões de grande porte transitando na região.
A empresa não conseguiu mudar uma das condicionantes da licença, a que permitiria a ela usar uma área maior da mina próxima à lagoas da Floresta Nacional. A distância foi mantida em 500 metros.
A previsão de investimento na S11D é de US$ 19,67 bilhões -as inovações que resultaram no custo de produção mais baixo e em menores impactos ambientais elevaram o orçamento em US$ 2 bilhões.
Em outras áreas de Carajás, o custo de produção do minério de ferro é estimado em US$ 30 por tonelada. Na S11D ele será de cerca de US$ 15. Isso porque o minério produzido ali deve ser mais puro, com 66,7% de ferro (a referência do mercado é 62%).
Folhapress