Apesar da análise preliminar da qualidade da água do Rio Tocantins, feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), ter apontado que não houve vazamento de tóxicos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou fissuras em um dos caminhões carregados com ácido sulfúrico que caiu no Rio Tocantins. Com o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Tocantins ao Maranhão, três caminhões, dois deles contendo ácido sulfúrico e um transportando defensivos agrícolas, caíram no leito do rio.
Nesta segunda-feira (6), o Ibama informou que identificou rachaduras no tanque do veículo da empresa Pira-Quimica, que continha 23 mil litros de ácido sulfúrico. A informação confirma a suspeita de um possível vazamento levantada pela equipe da Marinha do Brasil que atua na operação de busca e resgate das vítimas. Até o momento, 14 mortes foram confirmadas e três pessoas seguem desaparecidas.
De acordo com o Ibama, foi solicitado relatório oficial das informações obtidas no local pela equipe da Pira-Química, que deverá ser concluído até esta quinta-feira (9). Até então, as análises da qualidade da água do Rio Tocantins não demonstraram alterações consideráveis.
O acompanhamento da qualidade da água é realizado diariamente pela ANA com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão. A agência informou que, enquanto o material químico estiver submerso no Rio Tocantins, há o risco de eventual rompimento dos recipientes de defensivos agrícolas e a contaminação da água. O incidente pode acarretar impactos para o meio ambiente, usos múltiplos da água e abastecimento público de comunidades ribeirinhas e cidades ao longo do rio abaixo do ponto do acidente.
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no fim da tarde do dia 22 de dezembro de 2024. A operação de busca e resgate teve início no mesmo dia, com o reforço de várias frentes como Corpo de Bombeiros, empresas privadas e o emprego de embarcações, helicóptero e viaturas na região.
O desabamento da ponte ocasionou a queda de três caminhões. O da Pira-Quimica, carregado com ácido sulfúrico, um da empresa Videira, que também transportava 40 mil litros de ácido sulfúrico e outro da empresa Suminoto, que transportava bombonas carregadas com agrotóxico.
Segundo o Ibama, as empresas e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) foram notificadas a apresentar Planos de Atendimento à Emergência (PAEs) com análise de riscos para retirada dos caminhões e produtos depositados no fundo do rio.
Com informações da Agência Brasil