Pesquisa feita pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aponta que o horário de verão aumenta o número de morte por infarto em 8,5%. O estudo “Horário de Verão e a incidência no infarto agudo miocárdio” revela que a mudança no relógio biológico causa mais irritação, mau humor, sensação permanente de cansaço, sonolência, desatenção e sensação de sonolência, entre outros sintomas.
Segunda a médica do trabalho Patrícia Montalvo Moraes, que atende no Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Estado de Goiás (Seconci-GO), não existem estudos concretos que avaliem o custo-benefício da implantação do novo horário. Por outro lado, os efeitos negativos são comprovados pela medicina.
“A adaptação varia muito de cada pessoa, afinal é uma predisposição genética. Dormir menos faz com que indivíduos levem mais tempo para se concentrar. Essa desatenção pode gerar retrabalhos, prejuízos – uma vez que a pessoa levará mais tempo para concluir uma tarefa simples – e até acidentes”, ressalta a médica.
De acordo com a médica, refazer a rotina pode levar a uma situação de estresse que pode ser ampliada uma condição social de risco.
“Sair de madrugada, no escuro, aumenta a sensação de insegurança, o que pode gerar impacto na qualidade de vida da pessoa e estresse suficiente para impactar as outras atividades do indivíduo”, afirma Patrícia.
Para o engenheiro do trabalho Valdivino Paulo, trabalhadores que realizam serviços, como operários e auxiliares de serviço gerais, são um dos que mais sofrem com a alteração do horário. Segundo o engenheiro, é recomendada a adoção de ações que podem minimizar os impactos negativos da mudança.
Paulo explica que as pessoas ficam mais sonolentas, com falta de atenção, e isso pode gerar mais ocorrências de insegurança. “Pensando nisso, as empresas podem adaptar seu cronograma de atividades, colocando tarefas mais leves no início do dia, deixando atividades mais intensas para mais tarde”, orienta engenheiro.