Um homem suspeito de praticar roubos foi morto a tiros, na manhã desta quarta-feira (15), por homens das Forças Armadas que estão atuando desde a tarde de terça (14) na capital fluminense.
Segundo o general Mauro Sinott Lopes, comandante de primeira divisão do Exército, dois homens tentaram roubar uma motocicleta em um dos acessos da avenida Brasil, na zona norte. O alarme do veículo teria disparado, o que motivou a fuga dos homens. No caminho, avistaram um caminhão com militares.
Um dos homens teria feito um disparo contra a tropa, que reagiu, matando-o. No início da manhã o corpo do homem ainda permanecia estirado ao lado da via, coberto por um plástico azul. Não há informações sobre o paradeiro do segundo homem.
De acordo com Lopes, os militares agiram conforme as chamadas regras de engajamento, que são as diretrizes de uso gradual da força durante conflitos.
O general disse que os militares serão bastante rígidos quando tiverem suas vidas ameaçadas durante o trabalho no Rio. As Forças Armadas chegaram na tarde desta terça e atuarão com 9.000 homens no Estado do Rio até o próximo dia 22. Ao final do período, será avaliada uma possível extensão do prazo.
“Tivemos na parte da manhã um incidente em que um meliante teria vindo a óbito após efetuar disparos contra a tropa. Na produção dessa segurança, nesse adicional de segurança pública que estamos proporcionando, nós seremos intolerantes com qualquer ameaça à tropa”, disse ele.
O general lembrou que os homens empregados nessa atuação no Rio têm experiência em patrulhar áreas violentas. De acordo com ele, são homens que atuaram nas favelas do Complexo do Alemão e da Maré, zona norte do Rio, e também no patrulhamento da Olimpíada.
“Temos tido retorno positivo da presença das tropas na rua”, disse, em entrevista nesta manhã na avenida Brasil.As Forças Armadas atuarão em diversos pontos do Rio. Farão a segurança, por exemplo, da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), em conjunto com a Polícia Militar, devido a atos de servidores que se opõe a medidas propostas pelo governo para lidar com a crise financeira do Estado.
PROTESTOS
A exemplo do que ocorreu no Espírito Santo, parentes de policiais militares protestaram em frente a batalhões do Rio nos últimos dias na tentativa de impedir a saída de tropas. É difícil mensurar o impacto no policiamento no Estado, mas o comando da PM admitiu no domingo (12), pela primeira vez, que houve prejuízo na segurança.
Apesar disso, há indícios de que o protesto perdeu força desde então. Na terça, não havia mais mobilizações no 3° e no 18° batalhões. No 9°, havia pessoas na porta, mas viaturas saiam com facilidade. A corporação diz que, no restante do Estado, o policiamento é normal.
Os parentes reivindicam o pagamento do 13º salário de 2016, o pagamento de bonificações por trabalho fora da escala durante a Olimpíada e as bonificações referentes a metas batidas em 2015. Reclamam também da falta de condições de trabalho, como revezamento de colete e armamento escasso.
Em meio aos protestos, a Secretaria de Fazenda do Rio informou na terça que depositou os salários dos servidores da Segurança Pública, já com o reajuste de até 10,22% prometido em 2014. Foram pagos também os salários dos servidores da Educação. Ao todo, são R$ 920 milhões em salários. (Folhapress)