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| Em 3 anos atrás

Homenagens a Iris Rezende não podem se tornar uma “corrida de obstáculos”, diz família

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Em meio as polêmicas sobre as homenagens ao ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, com alterações de nomes de alguns pontos da capital, a família diz que estas homenagens não podem se tornar uma ”corrida de obstáculos”.

”Junto com a alegria e orgulho, nos vemos no dever de ressaltar o que entendemos ser de mais elevada importância: nem Iris, nem Goiânia merecem que o nobre objetivo de homenageá-lo seja uma corrida de obstaáculos que não coadunam com a grandeza sua e da nossa queida capital”, diz trecho da nota publicada por Dona Iris de Araújo em nome de toda família.

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Depois de uma intensa mobilização do setor produtivo, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), vetou o projeto de lei que muda o nome da avenida Castelo Branco para Iris Rezende Machado. A decisão foi apoiada por um parecer da Procuradoria-Geral do Município que argumentou que a alteração de nomes de ruas e logradouros públicos só pode ser feita com a aprovação da maioria dos moradores da região, o que não aconteceu.

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Na última quarta-feira (16), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia, derrubou o veto do prefeito à mudança de nome da Avenida Castelo Branco para homenagear Iris Rezende. Para o vereador Clécio Alves (MDB), autor da proposta, a homenagem é justa, e de acordo com ele o prefeito Rogério Cruz não deveria vetar o projeto.

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Por outro lado, o vereador Pedro Azulinho (PSB) é contra o relatório e diz que está do lado dos comerciantes da região, pois, com a alteração do nome da avenida, eles terão despesas para a troca de endereço nas fachadas dos comércios e em toda documentação do estabelecimento.

Sindilojas é contra a derrubada do veto

Como já adiantado pelo Diário de Goiás, o Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas-GO), é contra a possibilidade de que se derrube o veto do prefeito Rogério Cruz ao projeto que muda o nome da Avenida Castelo Branco.

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Na manhã desta quinta-feira (17), representantes da entidade acompanharam a sessão da Câmara de Vereadores, onde os parlamentares analisariam o veto,  mas não houve quórum, ou seja, não houve o número mínimo de pessoas necessárias para que uma sessão possa ser válida.

“A posição do Sindilojas é totalmente contrária. Estamos torcendo para que o veto do prefeito seja mantido. Essa alteração do nome traria muito transtorno a toda sociedade, principalmente aos mais de 600 empresários da região. A despesa seria muito grande, o custo seria muito alto”, destaca o presidente do sindicato, Eduardo Gomes. 

Não deixe de ler: Sindilojas pede manutenção do veto de Cruz à mudança de nome da Castelo Branco

De acordo com o presidente, os clientes poderiam ter mais dificuldade de se localizar, principalmente aqueles de fora da capital. “A Castelo Branco é conhecida nacionalmente. Os clientes poderiam não encontrar as lojas. Há ali estabelecimentos de décadas”, cita.

Alteração de nome do Aeroporto de Goiânia também gerou polêmica

Em meio a outras polêmicas envolvendo as homenagens a Iris Rezende em alguns pontos de Goiânia, a mudança do nome do Aeroporto de Goiânia de Santa Genoveva para Iris Rezende Machado ganhou novos contornos com a publicação de uma carta da União dos Juristas Católicos de Goiânia (UJCG) que fazia coro à família do Dr. Altamiro Moura Pacheco que doou as terras para construção do aeroporto e pedia a manutenção do logradouro. 

Leia também: Após família, entidade de advogados católicos também pede que nome do Aeroporto de Goiânia seja mantido

A associação pontua que o Aeroporto de Goiânia carrega a história da cidade por meio do médico Altamiro Moura Pacheco e não deveria ser um projeto de lei, algo que o mudaria agora. 

“Assim é com o aeroporto Santa Genoveva, que carrega no nome a história do saudoso Dr. Altamiro de Moura Pacheco, que, assim como Iris Rezende, também deixou um legado na história da jovem Capital Goiana. O aeroporto de Goiânia foi construído sobre as terras do Dr. Altamiro de Moura Pacheco, que antes de doar a propriedade fez apenas duas exigências: homenagear a mãe, dona Genova, e que a área fosse destinada à atividade aeroportuária”, finaliza a associação pedindo que o nome do Aeroporto fosse mantido.

A família de um dos nomes mais importantes para a capital, dr. Altamiro Moura Pacheco também é contra a alteração de nome do Aeroporto. Em nota publicada em 24 de novembro de 2021, a sobrinha do médico, Juliana Pacheco explica alguns motivos.

A área que o aeroporto foi construída, no Setor Santa Genoveva, foi doada por Altamiro à Prefeitura para que a obra fosse construída. De acordo com Juliana, o ato foi um “gesto de amor a Goiânia” por parte do tio. O médico colocou duas condições para que a terra fosse cedida: a local deveria ser destinado à atividade aeroportuária e que o novo aeroporto se chamasse Aeroporto Santa Genoveva. 

“Essa exigência do nome era para que ele pudesse homenagear sua querida mãe, Dona Genoveva. As condições foram aceitas, a área doada e o aeroporto construído”, escreve Juliana. A sobrinha de Altamiro destaca que a mudança do nome despreza a memória e história de “quem ajudou a construir” Goiânia. 

A família ainda pontua que homenagens à Iris devem vir, mas a do Aeroporto deve preservar a memória de sua família. “Iris merece todas as homenagens, mas os políticos goianos precisam se atentar para o fato de que uma homenagem não pode desmerecer outra pessoa e sua família”, pondera.

Para a família de Iris Rezende, o que esperam é a união, consenso, espíritos desarmados de todos que buscam no reconhecimento material, dar a justa e devida homenagem ao ex-prefeito de Goiânia.

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Leonardo Calazenço

Jornalista - repórter de cidades, política, economia e o que mais vier! Apaixonado por comunicação e por levar a notícia de forma clara, objetiva e transparente.