Um dos principais assuntos do momento na política goiana é a possível aliança no estado entre o PSDB de Marconi Perillo e o PT de Lula. Ambos acumularam divergências ao longo do tempo, mas, do ponto de vista histórico, estão mais próximos do que União Brasil e MDB.
O União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, é fruto da recente fusão entre PSL e DEM. Este segundo já se chamou PFL, tendo surgido, em 1985, a partir de uma dissidência do PDS, sigla sucessora da Arena, que dava sustentação ao governo militar.
Presidido em Goiás pelo pré-candidato a vice de Caiado, Daniel Vilela, o MDB sempre esteve na oposição política à ditadura. As lideranças do PT, fundado em 1980, também se encontravam desse lado, com muitos militantes na resistência armada.
Já o PSDB, por sua vez, nasceu em 1988 devido a uma cisão no MDB. Nesse ano, o governador goiano era o emedebista Henrique Santillo, que rompeu com seu sucessor, Iris Rezende.
Santillo, a propósito, teve uma curta passagem pelo PT no início dos anos 1980. Na década seguinte, migrou para o PSDB. Ele é considerado o padrinho político de Marconi Perillo, que foi seu assessor.
Os tucanos históricos, que, hoje, flertam com o petismo, como Aloysio Nunes, são, na essência, defensores da social-democracia, uma ideologia que se situa na centro-esquerda.
É bem verdade que o PSDB perdeu parte considerável dessa característica e passou a ser classificado pela grande maioria dos analistas políticos como um partido de centro-direita, mais identificado com o liberalismo.
Historicamente, contudo, pode-se dizer que a sigla tem uma raiz parecida com a do PT. A aproximação atual causa surpresa pela rivalidade entre Marconi Perillo e Lula no século 21, mas faz mais sentido do que a aliança União Brasil-MDB, que apareceu, pela primeira vez, nas eleições 2014, e se consolidou para o próximo pleito.