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Categorias: Mundo
| Em 8 anos atrás

Hillary e Trump discutem empregos e impostos em primeiro debate na TV

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro de três debates entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump começou, na noite desta segunda (26), com um embate sobre empregos e impostos.

Questionados sobre como colocariam mais dinheiro nos bolsos dos trabalhadores, Hillary falou sobre suas propostas de aumentar os impostos dos mais ricos e de equiparar os salários de homens e mulheres. Trump, por sua vez, falou sobre a necessidade de não deixar que os empregos “deixem o país”.

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Temos que fazer com que os empregos parem de ser roubados de nós, temos que evitar que as empresas deixem os EUA”, disse Trump.

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Na primeira oportunidade que teve, Trump trouxe ao debate o escândalo do uso, por Hillary, de um e-mail privado para tratar de temas do Departamento de Estado quando ela foi secretária do governo Obama.

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“Vou revelar minha declaração do Imposto de Renda quando a Hillary revelar seus e-mails”, disse o republicano.

A democrata afirmou que o uso do e-mail pessoal como secretária de Estado foi um “erro” e que hoje “faria diferente”. “Foi um erro e eu assumo a responsabilidade”, afirmou Hillary.

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Trump respondeu, afirmando que havia sido intencional: “Não foi um erro, foi feito de propósito”.

No primeiro embate, Trump “atropelou” a fala da adversária diversas vezes e, como esperado, foi mais agressivo que a rival.

Os candidatos “trocaram” de cores no primeiro embate: Trump apareceu com uma gravata azul -cor associada aos democratas- e Hillary escolheu um terninho -sua marca registrada- vermelho.

RACISMO

Uma das discussões mais acaloradas da noite veio na sequência dos protestos recentes por conta da morte de negros por policiais.

Ao citar os casos de Tulsa, em, Oklahoma, e Charlotte, na Carolina do Norte, Trump disse ser preciso “ordem pública” no país.

Hillary, por sua vez, disse que muitos jovens negros e latinos vão para a cadeia por crimes não violentos, e que é preciso se discutir nos EUA o “racismo sistêmico”. Ela ainda disse que controversa prática policial conhecida como “stop and frisk” (parar e revistar), pela qual a polícia é autorizada a revistar pessoas que considera suspeitas, “não é eficaz” e “não é constitucional”. Na última semana, Trump disse que os EUA vivem uma “crise nacional” causada pelas divisão racial e defendeu o “stop and frisk”. Hillary ainda tentou colocar o rival como racista, trazendo à tona os questionamentos de Trump sobre o local de nascimento do presidente Barack Obama. Segundo a democrata, dizer que Obama não era americano era uma “mentira racista” do oponente, que tem um “longo histórico de comportamento racista”.

Trump respondeu dizendo que Hillary que começou com esse questionamento sobre Obama na campanha pela candidatura democrata em 2008.

EMPARELHADOS

Depois de abrir uma vantagem confortável no mês passado e dar a impressão de que iria consolidar seu favoritismo na corrida presidencial, Hillary entrou na reta final em virtual empate com Trump.

A seis semanas da eleição, eles estão cabeça a cabeça, com Trump em trajetória ascendente segundo sondagens mais recentes. O bilionário republicano continua atrás, mas a vantagem de Hillary é tão pequena que em algumas cai na margem de erro. Numa corrida tão parelha e com tantos indecisos, os três debates poderão ser decisivos para pender a balança.

Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac divulgada a poucas horas do primeiro debate deu 47% para Hillary e 46% para Trump no voto nacional. Pela sondagem da CNN, a vantagem de Hillary é até menor no Colorado e na Pensilvânia, dois dos chamados “Estados-pêndulo”, aqueles que não têm um histórico de votação regular em um dos partidos, e que são decisivos no resultado.

O tombo de Hillary foi rápido. Em agosto, impulsionada por uma convenção democrata repleta de estrelas, ela abriu oito pontos de vantagem.

O site “FiveThirtyEight”, do estatístico Nate Silver, chegou a dar à ex-secretária de Estado 90% de chances de vitória. Agora dá 50,6%. A maioria dos analistas atribuiu o emparelhamento menos à disparada de Trump que ao encolhimento de Hillary.

Em uma corrida entre dois dos candidatos presidenciais mais odiados da história, Hillary perdeu pontos preciosos com incidentes que fragilizaram ainda mais sua imagem, no início do mês. Primeiro, disse que metade dos simpatizantes de Trump é “uma cesta de deploráveis”. Depois, escondeu uma pneumonia que a derrubou em público. Trump, com nova equipe, passou a segurar a língua.

O esvaziamento de Hillary no quesito credibilidade ocorre enquanto seu oxigênio é sugado por um adversário que não tem muito compromisso com os fatos, mas consegue vender, principalmente brancos de baixa instrução, a imagem de alguém que diz a “verdade como ela é”.

Numa pesquisa da agência Bloomberg, 46% dos entrevistados se disseram incomodados com o fato de a Fundação Trump ter feito contribuições ilegais ou de a Universidade Trump estar sendo processada por fraude. De outro lado, 57% estão incomodados com o episódio dos e-mails, em que Hillary usou um servidor privado sem autorização quando era secretária de Estado, contrariando as normas e criando um potencial risco à segurança.

“Este resultado é um microcosmo da campanha”, escreveu Philip Bump, do “Washington Post”, observando que muitos começam a se sentir “confortáveis em ver Trump como presidente, em parte por causa da oponente”.

Para Todd Graham, especialista em debates da Universidade Souther Illinois, Trump já mostrou que pode ser “charmoso, caloroso e engraçado”, e é esse lado que tem que mostrar. E para isso terá que conter o Trump que é “rude e ofensivo”. “Noventa minutos de xingamentos não pegam bem entre o grande público”, disse.

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