O Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) realiza nesta quinta-feira (10), durante o Dia Mundial do Rim uma ação para orientar sobre cuidados com os rins. As atividades ocorrem entre 7h e 12h.
Segundo a enfermeira Fabrícia Cândida, a proposta do evento é chamar a atenção da população para a prevenção das doenças renais. “Você sabe o que leva uma pessoa precisar de uma máquina de hemodiálise? E de um transplante de rim? Nossa proposta é alertar a população sobre os cuidados que devem ser tomados para prevenir a evolução de uma doença renal crônica”.
O HGG terá uma equipe de profissionais e uma cadeira de hemodiálise na Praça Abrão Rassi para tratar do assunto.
Dados da unidade mostram que, em 2021, foram 7.148 consultas ambulatoriais na especialidade de nefrologia. O hospital tem dez máquinas de hemodiálise para atendimento na sala branca e na sala amarela e, além de outras quatro máquinas para realização de hemodiálise no Centro de Terapia Intensivo (CTI). Durante o último ano foram realizados 5.222 procedimentos.
A unidade de saúde também é referência no serviço de transplantes renais no estado, e em 2021, o hospital realizou 102 transplantes de rim. Desde a implantação do serviço, em 2017, o HGG já realizou 607 procedimentos deste tipo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais, afetando uma em cada 10 pessoas no mundo e com taxas crescentes de acometimento na população.
O médico nefrologista do HGG, Junicley Mendonça, alerta que quando diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos. “A DRC é uma doença silenciosa e não provoca sintomas significativos ou específicos nos estágios iniciais, por isso, é muito importante o acompanhamento médico periódico anual, além disso, é preciso estar atento a fatores de risco como hipertensão arterial e diabetes mellitus”. O médico explica que o diagnóstico pode ser obtido por meio de exames simples de rastreamento diagnóstico: creatinina sérica e exame de urina.
O nefrologista chama atenção para o risco de evolução da doença caso não seja tratada. “A DRC pode ser grave, sobretudo quando evolui para estágios avançados, quando são necessários tratamentos como a diálise e o transplante renal”.
No Brasil, segundo dados da SBN, o número de pacientes com DRC avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise. Junicley explica que o que leva uma pessoa com problema renal ficar dependente de uma máquina de hemodiálise é a perda da capacidade de funcionamento dos rins em torno de 90%. “Nesse estágio, os rins não conseguem mais limpar o sangue, nem regular a capacidade de água, sais minerais e a produção de hormônios para manter o equilíbrio do corpo”.
“A indicação de transplante renal acontece quando a pessoa apresenta perda irreversível e grave da função renal, podendo o paciente estar tanto em diálise ou pré-diálise, a depender da avaliação do médico nefrologista com exames de sangue, urina e imagem”, destaca Junicley. Para ele, o transplante é a opção mais completa e efetiva para tratar pacientes portadores de DRC. “O paciente recebe o novo rim mediante a doação de um órgão saudável (vivo ou falecido), a fim de substituir o seu que não desempenha mais as funções necessárias”.