O ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é preso.
O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), preso na terça (6), foi citado nas delações premiadas dos ex-executivos da Odebrecht Fernando Reis, Alexandre Barradas e Márcio Faria, alvos da Lava Jato.
Seu nome também é mencionado na proposta de delação que o empresário Henrique Constantino, acionista da Gol Linhas Aéreas, negocia no âmbito das operações Sepsis e Cui Bono?, que apuram suposto pagamento de propina para a liberação de aportes do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS).
Reis e Barradas, ex-executivos da Odebrecht Ambiental, disseram que a empresa baiana doou R$ 2 milhões em caixa dois para Henrique Alves na campanha de 2014.
Alves, que na época presidia a Câmara, foi candidato ao governo do Rio Grande do Norte, mas perdeu a disputa para Robinson Faria (PSD). O repasse aconteceu, segundo os delatores, a pedido do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As investigações sobre o dinheiro repassado pela Odebrecht em caixa dois a Alves foram mantidas sob sigilo por determinação do relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin. A justificativa para o segredo foi a existência de investigação aberta pela Procuradoria do Rio Grande do Norte.
Alves também aparece na delação de Márcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Industrial, que relatou uma reunião com a cúpula do PMDB, em 2010, onde teriam acertado o pagamento de propina de R$ 40 milhões ao partido.
Na reunião estavam o então candidato a vice-presidente Michel Temer, o deputado Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Segundo o delator, o encontro aconteceu no escritório político de Temer, em São Paulo, e o valor da propina significava 5% de um contrato da Odebrecht com a Petrobras.
SEPSIS E CUI BONO?
A presença de Henrique Alves em delações ainda pode aumentar. Seu nome é citado pelo empresário Henrique Constantino, acionista da Gol Linhas Aéreas.
Constantino diz em sua proposta de delação que fez pagamentos para Cunha e para o doleiro Lúcio Funaro em troca de um aporte de R$ 300 milhões do FI-FGTS para a ViaRondon, empresa da família Constantino. Segundo
Constantino, Alves participou da reunião em que a propina foi definida. A proposta de delação ainda não foi aceita pelos procuradores.
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