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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

Henrique Arantes: “Se Marconi não for candidato, a base se desunirá”

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Em entrevista a equipe do Jornal Tribuna do Planalto o secretário de Cidadania, Henrique Arantes (PTB), afirmou que o nome de José Gomes (PTB) é mais forte que o de José Eliton (PP) para integrar a chapa da base aliada. O deputado estadual que vai deixar a secretaria no fim do mês afirmou que “se Marconi não for candidato a base se desunirá”.

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“Zé Gomes tem mais bagagem política que Zé Eliton”

 

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Segundo o deputado Henrique Arantes (PTB), ex-prefeito de Itumbiara tem as melhores credenciais para ser vice na chapa de Marconi

Após três anos no comando da secretaria de Cidadania e Trabalho, o deputado estadual Henrique Arantes (PTB) já se prepara para voltar à Assembleia Legislativa. O petebista faz um balanço positivo da gestão, apesar dos entraves burocráticos. Ele também diz que teve dificuldades com outras pastas, já que o trabalho da secretaria depende de outras áreas do governo. Em relação à sucessão de outubro, o deputado defende uma clara modificação na chapa majoritária – quer que o ex-prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha (PTB), assuma o posto de candidato a vice-governador, que hoje é do pepista José Eliton. Arantes não tem dúvidas de que Gomes é mais forte que Eliton. Além disso, segundo ele, José Gomes conseguiria influenciar a Região Sul do Estado, coisa que, de acordo com o deputado, José Eliton não teria possibilidades. Henrique Arantes recebeu a equipe da Tribuna em seu gabinete e concedeu a seguinte entrevista.
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Tribuna do Planalto – Qual o balanço que o senhor faz da secretaria nestes três anos?
Henrique Arantes – Foram três anos de muito aprendizado. Agora tenho a real noção de como é a burocracia em uma Administração Pública. Mesmo estando na política antes de assumir a secretaria, porque havia sido vereador, não sabia que era tão gigantesca a burocracia para você realizar qualquer coisa. Falo que qualquer governo, seja ele estadual, municipal ou o federal, quando fala que vai realizar alguma coisa, pode esperar dois anos para essa coisa ficar pronta. Mas isso é o que a lei exige. Acredito que nesses três anos pude realizar em diversas áreas. Hoje mesmo estava visitando as unidades do Sine, que inauguramos seis em três anos. Foram três em Goiânia e três no interior. O Estado nosso é pioneiro da criação de empregos e captação de vagas de trabalho. Temos cursos de qualificação para todos os gostos, realizados através de diversos convênios, como Pronatec e Pró-Jovem. O Jovem Cidadão incluiu mais de 6,5 mil jovens de 16 anos no mercado de trabalho nos três anos últimos. No programa social da Renda Cidadã estamos fazendo uma força tarefa para cadastrar dez mil pessoas da região metropolitana de Goiânia. Nós tivemos por volta de 14 mil pessoas que progrediram socialmente, saíram da linha de extrema pobreza e ascenderam para outras classes sociais. Ou seja, isso mostra que o programa tem efeito. Através do programa Balcão de Direitos, atendemos em três anos 87 municípios, onde em vários eventos emitimos a documentação básica para o cidadão. Somos responsáveis pelos Centros de Internações, onde através da Superintendência da Criança e Adolescente, estamos realizando algumas reforma, como a da Unidade do Vera Cruz. Estamos com processos prontos para entrar em um programa federal para receber recursos para construção de Unidades (de Centro de Internação) em Itaberaí, São Luís de Montes Belos, Porangatu e Itumbiara. Anápolis já tem o projeto pronto e foi dada a ordem de serviço. Já na outra superintendência, de Assistência Social, estamos fazendo algo pioneiro no Estado, que é a capacitação dos gestores na assistência social. Estamos capacitando os gestores de todas os municípios e do próprio Estado a lidar com com um sistema, que é semelhante ao SUS. O assistente social cria uma matrícula e para isso se exige toda uma normativa técnica para tratar, como o governo federal. O Estado é o ente articulador e temos que articular para que os municípios não percam dinheiro, que atendam e recebam pelo serviço prestado. Que é da mesma forma que o SUS, quanto mais você atende mais você recebe dinheiro. Se você atende 200 pessoas e você consegue provar isso, vai receber o equivalente para tratar essas 200 pessoas. O problema da assistência social é que as pessoas são acostumadas a fazer, mas não sabem a parte técnica. Às vezes, faz como se fosse um favor, mas não presta conta disso, não explica nada, e acaba que o governo não repassa o recurso. Nós temos também, através da Superintendência da Pessoa com Deficiência, duas centrais de interpretes de libras, onde o surdo vai pode se comunicar de forma adequada. Em uma visita ao médico, por exemplo, um interprete pode acompanhar a consulta e auxiliar na conversa. Isso pode evitar um erro de comunicação e até um diagnóstico errado. Temos também a criação do novo Vapt Vupt. Essa sétima unidade é o Vapt Vupt inclusivo, que é para todos os segmentos sociais, mas com inclusão social total para pessoas com deficiências e idosos. O passaporte do idoso bateu a meta de 125 mil documentos emitidos em todo o Estado. São para idosos que podem viajar de graça pelo Estado até trés vezes no mês. Chegamos a 24 mil emissões no passe livre para pessoa com deficiência, que é a mesma questão do passaporte do idoso, para que pessoas com deficiência possam viajar por todo Estado. Na questão administrativa conseguimos uma gratificação para o servidores do sócio-educativo, já que a atividade é periculosa. Da mesma forma consegui viabilizar o plano de cargos e salário para os servidores da secretaria, que tinha um deságio em relação aos demais servidores do Estado. Equipei a secretaria, porque quando cheguei aqui a internet tinha velocidade de internet discada. Compramos computadores mais modernos, recapeamos o pátio do estacionamento da secretária que estava todo esburacado e inauguramos, em parceria com o Sindipúblico, um refeitório e restaurante para os servidores sindicalizados.rvidores do Estado.

O sr. teve dificuldades em virtude da má situação das unidades para menores infratores no Estado. A Justiça e o Ministério Público chegaram a pedir o seu afastamento do cargo. Como foi isso?
Enfrentei com tranquilidade. Não poderia solucionar em um ano e meio um problema que vigora há mais de 30 anos. Foi jogada a culpa toda em mim porque cheguei na secretaria no momento oportuno. Os menores infratores que há dez, 15 anos eram cheiradores de cola, hoje são chefes de quadrilha, estupradores, sequestradores, chefes do tráfico, latrocidas. Então, as coisas vêm se agravando. Também vem se agravando a questão da Justiça e do Ministério Público, porque o Estado ficou inerte por 30 anos, sem fazer melhorias nessa área. Então eles (Justiça e MP) pegam o administrador e não querem nem saber se a culpa é minha, se é do antecessor ou se era de quem estava aqui há 20 anos. Então, o peso veio em cima de mim. Mas com muita tranquilidade consegui mostrar aos membros do judiciário e do Ministério Público que o nosso interesse era de 100% em resolver. O governador também demonstrou isso em diversas reuniões, inclusive, alocando as fontes de recursos para essas obras que estão começando. No ano passado, por ser um período eleitoral e termos tido um candidato a prefeito em Goiânia, isso pode ter pesado um pouquinho também.

O sr. teve dificuldades com outros colegas de gestão?
Várias vezes e em todas as área. Escutei secretários afirmarem terem dificuldades em uma ou outra área. Isso é natural. Numa comparação com o corpo humana, no governo a cabeça é o governador, ele tem braços e outras partes, que seriam o governo. Com relação a unidades de internação, a cabeça, às vezes manda, diz querer fazer, mas a licitação quem faz é a Agetop. Não tenho autonomia para fazer isso. O dinheiro quem tem que providenciar é a Secretaria da Fazenda. Às vezes, mesmo o governador me autorizando, tenho que ir lá na Fazenda e brigar para arrumar esse recurso. Antes de ir na Fazenda, tenho que ir na Segplan para ver a fonte orçamentária, que é um peça de ficção, mas que você precisa dela. Em cada etapinha dessas, você dá murro em ponta de faca por pelo menos um mês até solucionar o problema. Mesmo o governador querendo resolver, às vezes você sente uma falta de vontade nas outras áreas, uma empurra com a barriga. E isso escutei de diversos secretários, em diversos momentos – das dificuldades que passaram para realizar algumas tarefas. O meu problema é que falo isso, acho que nem deveria falar, mas isso é natural. Às vezes o governador tem o interesse de fazer e o auxiliar não acompanha esse ímpeto de resolver. Marconi é muito dinâmico, está sempre correndo, atendendo as pessoas o tempo inteiro. Acredito que algumas pessoas não seguem esse ritmo ou não compreendem a urgência com que ele pede as coisas. Às vezes, tem alguns até que querem mandar mais que ele. Mas enfim, esse momento já passou e está tudo deslanchando, até porque o governador por diversas vezes assumiu muito desses compromissos. A maior dificuldade que tive foi para providenciar recursos e orçamento para os projetos das unidades de internações. Uma das vezes, inclusive, da unidade de internação de Anápolis, – não quero fazer criticas pessoal a secretário ou presidente de agência – a Agetop fez a licitação, a empresa ganhou, fizemos o contrato, mas na hora de homologar o contrato o Controle Interno não autorizou porque disse que tinha uma cláusula que não poderia existir e a Agetop não concordou em mudar. Então são coisas internas que dificulta e trava tudo.

Projetos políticos de secretários atrapalharam nesse aspecto?
Pode ser que sim, porque tem muitos secretários que são candidatos a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. Mas não posso afirmar, porque se teve um tipo boicote ou perseguição foi velado, nada explicito.

O sr. volta agora para a Assembleia Legislativa. Qual será a prioridade?
Dá para fazer muito coisa. No único dia em que fui deputado apresentei requerimento para fazer a duplicação de todas as rodovias estaduais que ligam a capital e o governador atendeu o assunto. Agora o meu foco vai ser as falhas na legislação, porque não posso ficar só pensando em reeleição. Tenho que trabalhar como deputado. Embora o deputado estadual legisle sobre um vácuo administrativo, tem algumas outras áreas que a gente pode trabalhar. Quando fui vereador lutei muito pela questão do transporte público. Apresentei diversos projetos de lei sobre transporte coletivo e todos foram negados porque diziam que a responsabilidade era estadual, por envolver transporte da região metropolitana. Então vou pegar tudo aquilo que trabalhei na Câmara de Goiânia e vou trazer para a Assembleia. Vou exigir que tenha ônibus 24 horas, pedir a volta do cobrador. O sitpass não é moeda, a moeda brasileira é o real. Tudo bem que aceitem o sitpass, mas devem aceitar o real.

O sr. está articulando para indicar o nome para assumir a secretaria, ou o governador é quem vai decidir isso?
O governador disse que a indicação da secretaria vai passar pelo PTB, claro que de comum acordo com ele. Não podemos impor a ele colocar alguém como secretário; às vezes essa pessoa não tem a experiência e qualificação necessária para o cargo. Encontraremos um quadro competente e encaminharemos para o governador, para que ele aprove.

O PTB teve, por muito tempo, a pasta da Cidadania e a Agel. Depois, Célio Silveira assumiu e até houve uma expectativa de que ele iria para o PTB, mas acabou ficando no PSDB. O espaço que o partido tem hoje no governo é satisfatório?
Acho que sim, até porque o governador sinalizou que nosso partido não vai perder nada e continuará com a cooperação mútua que acontece no governo. Nossas ideias são sempre ouvidas e executadas. A própria Agel está passando por uma reformulação no projeto de reforma administrativa e ainda não sabemos como ela vai ficar, mas a pessoa que deve ser indicada a assumir a pasta deve voltar a ser alguém do PTB.

Como o sr. vê as articulações para a chapa da base aliada para as eleições do ano que vem?
Vejo com muita frieza, mas não podemos menosprezar a oposição em momento nenhum. Hoje estamos soberanos para vencer as eleições; não há nenhum outro candidato que bata o Marconi, mas ele pode ser construído em um ano ou menos. É arriscado. A oposição está desarticulada e batendo cabeça, mas ela não é boba. O mais bobo ali é mais esperto que eu. Então, acho que temos que ficar atentos a isso e nos articular para poder vencê-los. Vamos partir desse pressuposto: hoje, temos uma composição com 14 partidos e é natural o governador Marconi Perillo se candidatar à reeleição. Ele está fazendo um bom trabalho, mostrando à comunidade as obras inauguradas e está dando certo, tanto que ele se encontra em primeiro nas pesquisas. Nas outras duas vagas da chapa majoritária, vice e Senado, acho que temos que colocar nomes de peso, principalmente na vice-governadoria. Precisamos de um vice importante em alguma região, principalmente em uma região onde a oposição é forte, como no Sul do Estado, por exemplo. Naquela região sempre se polarizou os grupos de PMDB e PSDB, por volta de 50% para cada um. Se colocarmos um vice forte naquela região, como o ex-prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha, por exemplo – o que eu insitisto, e sou seu principal cabo eleitoral –, fecha aquela região. Além de ser um líder forte de uma cidade grande, industrializada e, além de votos, consegue buscar financiamento para a campanha. Na política dizemos que o vice é aquele que tem dinheiro ou votos. Ou seja, um líder natural, ou um homem que possa conseguir dinheiro para a campanha.

O José Eliton, atual vice, também não fecha uma região, o nordeste?
Acredito que não. Ele é muito articulado, mas, se você andar pela região, percebe que o sentimento não é esse. Já estive com vários prefeitos e muitos deles estão chateados com a atuação do grupo do José Eliton com seu líder local. Então, não fecha dessa forma e, mesmo que fechasse, José Gomes é mais forte; tem mais votos, mais capilaridade, experiência, bagagem política e acho que é mais credenciado a ser o vice-governador do ano que vem.

O José Gomes seria indicado tanto para vice-governador quanto para o Senado?
Ou para deputado federal também. Ele é um coringa, uma pessoa que não tem dificuldade com ninguém. Para o Senado, ele seria um bom nome. Inclusive, acredito que a eleição mais difícil do ano que vem será para o Senado. Ainda não se sabe se a oposição vai com uma chapa ou duas, e do nosso lado Vilmar Rocha já manifestou interesse. Então, acho que ele realmente será nosso candidato. Além disso, o governador Marconi Perillo já declarou várias vezes seu apoio à candidatura dele.

Com o José Eliton não está acontecendo a mesma coisa?
Não. É natural que ele coloque seu nome porque é o dono do espaço. E poder você não entrega, você toma. E no poder não existe vácuo. Você pode ser um rei déspota que, se um grupo de rebeldes te tirar, no outro dia um dos rebeldes vai ser o líder. No poder também não há compaixão, então acredito que ele vai lutar pelo espaço que ele tem, conseguido em uma circunstância totalmente adversa, já que foi vice-governador sem ter concorrido a nenhum outro cargo antes. Também buscamos esse espaço e queremos tomar esse espaço e colocar um petebista como vice-governador do Estado.

No último encontro da base aliada, vimos vários cartazes de Marconi, José Eliton e Vilmar Rocha, como se a chapa já estivesse fechada. Isso de alguma forma incomoda o PTB?
Como foi organizado pelo José Eliton, e ele quer ser o vice-governador novamente, ele vai fazer de tudo para isso. Ele está buscando articular para se manter e, de certa forma, não sei se constrange ou incomoda, mas o PTB está buscando seu espaço. Além do José Gomes da Rocha temos outras lideranças que têm voto e força no Estado, como prefeitos que nos acompanham, nossos deputados estaduais e ex-prefeitos, como o Lineu de Jaraguá.

O processo de José Gomes pode atrapalhá-lo de alguma forma, deixando-o inelegível?
Não sei dizer como está o processo, mas parece que ele não tem problemas a ponto de ficar inelegível. Só configura inegibilidade se houver dolo no que ele fez, e não houve. Ele fez uma nomeação dos servidores do seu gabinete como deputado federal, que eram jogadores de futebol do time de Itumbiara. Mas se tivesse nomeado os servidores e pegado parte do dinheiro para si, aí sim haveria dolo.

O sr. disse que ele é uma espécie de coringa, podendo ser candidato a deputado federal. Neste caso não haverá concorrência com o deputado Jovair Arantes, já que ele é deputado federal e têm mais ou menos as mesmas bases no Estado?
Poderia sim, mas os dois são muito amigos. Poderão conversar e chegar em um consenso. Mas José Gomes da Rocha é o nosso candidato a vice-governador, então vamos trabalhar com essa ideia. Mas ele tem liderança para deputado federal, caso queira. Caso os dois sejam candidatos ao mesmo cargo, eles entrarão num consenso para não sair algum tipo de farpa, até porque são amigos e dá para fazer uma campanha sem dificuldade.

A tendência é Jovair Arantes tentar a reeleição?
Sim. Ele fala isso para todos que o procuram que deve buscar um lugar na Câmara Federal no ano que vem, até porque ele buscou fazer seu trabalho como líder da bancada em lugares onde o PTB está morto, aumentando o número de deputados federais. O projeto do partido é passar de 30 deputados federais. Se ele não se candidatar, estaria diminuindo o número e indo contra um projeto que ele mesmo ajudou a construir.

O sr. acredita que houve um enfraquecimento do PTB com o desempenho dele na corrida pela prefeitura de Goiânia no ano passado?
Acho que não. O que houve naquele momento foi um processo eleitoral totalmente atípico, tanto que nosso atual prefeito está mal e a população não tem gostado do trabalho dele. Tivemos um ano para que ele fizesse boca-de-lobo nas principais vias, o que não aconteceu, por exemplo. Acho que, naquela época de eleições, foi um momento muito difícil. Nosso governo passava por um desgaste muito grande e tudo caiu em cima do Jovair, por ser o candidato apoiado pelo governador. Acredito que aquele foi o maior problema, já que o deputado foi um escudo do governo no ano passado. Então, todo o impacto veio nele. O que aconteceu foi uma espécie de sacrifício e acredito que em qualquer outra circunstância ele não perderia para o Paulo Garcia. Mas temos que respeitar também a vontade de um terço da população, que o elegeu.

O sr. já declarou que vê a base esfacelada caso o Marconi não seja o candidato. Continua com essa visão?
Continuo. Hoje o Marconi aglutina os partidos da base. E, com sinceridade, se Marconi não for candidato, o PTB dificilmente apoiaria outro candidato, até pelo alinhamento que temos com a presidente Dilma. Assim como o PR e diversos outros partidos da coligação. O governador tem uma espécie de liderança natural, não só sobre os partidos, mas também sobre os líderes. Ele cativa as pessoas de tal forma que mantém todos unidos. Se, de hoje para amanhã, ele disser que não será mais candidato, e será Roberto Balestra, acho que boa parte dos partidos sairia. Balestra já teríamos uma facilidade grande em apoiar, mas outros partidos não teriam. Tenho certeza de que, se Marconi não for candidato a base se desunirá e cada um seguirá um caminho diferente. Talvez a base até se separe em duas. Não dá para prever. Mas tenho certeza de que a liderança que mantém essa base unida é Marconi.

O sr. acha que, por esse aspecto, ele estaria pressionado a ser o candidato? Ele é o único nome que poderia levar a base ao sucesso?
Eu acho que sim. Ele é o único nome que temos para vencer a eleição. Ele é forte, tem grande respeito da população do nosso Estado e ele não pode abrir mão disso, mesmo falando sobre essa incerteza de ser candidato. Ele está certo. Não pode colocar a cabeça para fora para levar paulada. Ele tem que governar, inaugurar as rodovias, fazer obras, fazer um bom trabalho para que tenha condições no ano que vem. Acho que se ele se postulasse já no início do ano como candidato ao governo, a oposição criticaria mais, inventaria mais dossiês – como já inventaram. Sua postura é essa: manter-se quieto. E deixa que eu falo, e outros falem também, que ele é candidato. Na hora da convenção ele se assume como o candidato. Estrategicamente é a maneira mais correta.

Como o PTB pretende trabalhar na chapa proporcional?
Queremos fazer da mesma forma que foi feito na eleição anterior. Para deputado federal, a base fará um ‘chapão’ com todos os partidos. Para deputado estadual, temos um bom grupo de candidatos e dá para sair uma chapa pura, apesar de ainda haver chances de nos coligarmos. Isso tudo dependerá de como a situação estará daqui até maio ou junho.

Para estadual acaba-se fazendo várias chapas?
Sim, várias chapas. Muitos partidos saem sozinhos ou de dois ou três. Alguns ainda fazem um ‘chapão’ de quatro partidos. Há várias configurações e isso nunca é imposto, então podemos fazer uma conversa com qualquer partido.

Há um temor com a concorrência que pode ocorrer nas eleições proporcionais?
Não. Há espaço para todo mundo. Para deputado federal, há 17 cadeiras e cinco não são candidatos à reeleição. E, para estadual, são 41 cadeiras. Tem espaço para muita gente e não deve haver medo. Quem quer se eleger deve trabalhar e mostrar trabalho. Deve-se vestir a camisa, mostrar para a população a mensagem e esperar a época da eleição. Não se deve temer nada nem ninguém, só trabalhar.

 

 

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