Antes de chamar Meryl Streep de “superestimada”, Donald Trump já havia elogiado a atriz. Em uma entrevista à revista “Hollywood Reporter” em agosto de 2015, o hoje presidente eleito dos Estados Unidos dizia que Meryl era uma atriz “excelente”.
Quando questionado sobre suas atrizes preferidas, ele respondeu: “Julia Roberts é incrível, e muitas outras. Meryl Streep é excelente. E ela é uma pessoa legal também”. Entre os atores, listou Clint Eastwood, Robert Duvall e Marlon Brando (“fabuloso, fabuloso quando ele estava lá”).
No último domingo (8), quando subiu ao palco do Globo de Ouro para receber uma homenagem, Meryl comoveu a plateia com um discurso no qual lembrou o episódio em que Trump estremeceu e moveu seus braços desordenadamente, aparentemente caçoando de Serge Kovaleski, repórter do “New York Times” que é deficiente físico.
Ela ainda criticou a crescente xenofobia nos Estados Unidos que serão governados por Trump, que prometeu deportar três milhões de imigrantes e construir um muro separando o país do México. “Se mandarmos todos os estrangeiros embora, não vamos ter nada ao que assistir a não ser futebol e artes marciais. E isso não é o que a arte deve ser”, disse a atriz.
Na segunda (9), Trump retrucou em sua conta no Twitter : “Meryl Streep, uma das atrizes mais superestimadas de Hollywood, não me conhece, mas me atacou ontem à noite no Globo de Ouro, Ela é uma lacaia de Hillary. Pela centésima vez, eu nunca “zombei” de um repórter deficiente (nunca faria isso), eu simplesmente o imitei “rastejando” quando ele mudou completamente uma história de 16 anos que ele havia escrito para me denegrir. Mais uma vez a mídia desonesta”, escreveu o presidente eleito.
Ele também deu uma breve entrevista por telefone ao “New York Times” em que descrevia Meryl como uma “Hillary lover” (amante de Hillary Clinton), afirmava não ter visto a cerimônia, mas se dizia não surpreso por ter sido criticado pelo “pessoal liberal do cinema”.
Logo surgiram nas redes sociais reações da classe artística em apoio a Meryl.
Folhapress