Oficializado como candidato ao Palácio das Esmeraldas durante convenção do Patriota, na sexta-feira (05/08), Gustavo Mendanha prometeu, em entrevista exclusiva ao Diário de Goiás, denunciar práticas irregularidades de outros candidatos, ao longo da campanha e citou o nome do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

“O governo tem usado essas práticas [oferecer cargos] para atrair partidos e apoio, além da coação de alguns prefeitos e da utilização, infelizmente, de instituições para colocar medo. No período eleitoral, vou denunciar tudo o que eu tenho visto”, afirmou.

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O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia também falou sobre a proposta de um “estado inteligente”, disse que o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), foi injustiçado e afirmou que, apesar de apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), não se considera bolsonarista raiz.

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O senhor fala em criar um estado inteligente. O que isso significa?
Gustavo Mendanha – Um estado onde as pessoas possam viver com qualidade e tecnologia, que é um princípio para facilitar as suas vidas. Um estado inteligente é também um estado tecnológico, onde as pessoas tenham acesso à saúde, à educação, à cultura e ao esporte. É um estado onde as pessoas possam estar conectadas e ter boa infraestrutura, espaço de lazer. É um estado onde o ser humano seja visto, cuidado e protegido.

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O senhor considerou alguns critérios para a escolha do vice, Heuler Cruvinel, como ser católico e da Região Sudoeste. O fato de ele ter sido, em 2018, o candidato a vice de Daniel Vilela também teve peso? Foi algum tipo de recado?
Gustavo Mendanha – Não foi. O Heuler é um grande amigo e, desde o início da caminhada, quando ainda estava no MDB, defendia que eu fosse candidato. É uma pessoa que sempre acreditou [nesse projeto]. Ele iniciou um trabalho no sudoeste goiano e trouxe muitas lideranças. Depois vieram outros, de outros grupos, mas o Heuler foi o primeiro. A primeira casa que eu visitei no sudoeste goiano foi a do Heuler. Ele tem experiência, e precisava ter um vice que é católico. Tinha a proposta de trazer outros partidos, mas eu preferi, mesmo ele sendo do mesmo partido, alguém que representa aquilo que buscávamos para ocupar esse espaço na vice.

O senhor havia dito que poderia ter um vice de um partido aliado ao governador Ronaldo Caiado. Com a exceção do Pros, que esteve envolvido em uma questão judicial, o senhor não conseguiu atrair outro partido da base caiadista. O que deu errado?
Gustavo Mendanha – Tínhamos um diálogo com o Pros. Quando voltou atrás [sobre o comando do partido], talvez não teria condição. Saiu a nova decisão e já tínhamos esse acordo feito. De qualquer forma, é mais um partido, mais um tempo de televisão. É um partido que tem muito a oferecer. A vinda do Pros soma muito.

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Mas houve mesmo a tentativa de atrair outros partidos da base governista?
Gustavo Mendanha – Sim, claro. Todo mundo sabe que eu estava conversando com o Lissauer, que havia um desejo de talvez compor. Não tivemos êxito, mas conversei muito com ele. É uma pessoa que eu respeito muito. Até acho que foi uma pessoa injustiçada nesse processo. Foi vetado de ser vice e de ter uma candidatura exclusiva para o Senado. Acredito que poderia ter somado muito. É do sudoeste também, é católico. É um nome que chegamos a alimentar.

Alguns meses atrás, o senhor perdeu o apoio do Podemos, que o governador conseguiu atrair para ele. O que aconteceu naquele momento? Ficou mágoa com os membros do Podemos, um partido que fazia parte da sua gestão em Aparecida de Goiânia?
Gustavo Mendanha – Acho que é natural. Ofereceram o Detran, toda uma estrutura, com vários cargos. Na política, isso faz parte. O governo tem usado essas práticas para atrair partidos e apoio, além da coação de alguns prefeitos e da utilização, infelizmente, de instituições para colocar medo. No período eleitoral, vou denunciar tudo o que eu tenho visto.

Marconi Perillo será candidato isolado ao Senado e liberou os membros do PSDB para apoiar qualquer candidato a governador, desde que seja de oposição. Pensando em um eventual segundo turno entre o senhor e o Caiado, seria bem-vindo um apoio oficial do PSDB?
Gustavo Mendanha – Nesse momento, vamos focar em discutir as eleições. Depois vamos ter tempo para construir alianças, e claro que vamos buscar partidos.

Então, não está descartado?
Gustavo Mendanha – Depois vamos dialogar. Nesse momento, tenho um candidato a senador, João Campos. Houve alguns diálogos, mas nos baseamos em pesquisa para escolher quem seria o candidato a senador, aquele que mais se assemelhava àquilo que imaginamos. O João soma muito. Pelos seus cinco mandatos, pela sua experiência. Por eu ser jovem, é importante ter uma pessoa mais experiente. Tenho certeza que o João tem todas as condições de ser eleito e nós vamos trabalhar para isso.

Esse diálogo, ainda pensando em segundo turno, também se estende ao PT?
Gustavo Mendanha – Não dialogo com nenhum outro partido [sobre segundo turno]. Hoje, estou ocupando um outro espaço. Acho muito difícil ter essa construção e esse diálogo.

Em dezembro de 2021, o senhor dizia que sua intenção era apoiar um candidato de centro e da terceira via para presidente. Hoje, seu voto é declarado em Bolsonaro. Por que houve essa mudança?
Gustavo Mendanha – Eu me convenci pelo bom governo que ele fez, por tudo aquilo que ele faz pelas cidades, pela vacina, pelo apoio que ele deu ao cidadão que passa dificuldade, pela redução do ICMS. Muito coisa foi feita pelo governo Bolsonaro. Eu era do MDB e, dentro desse campo, poderíamos estar em um processo como esse [de terceira via]. Depois de conversar muito, com minha família, com os líderes ao meu lado, de entender o bem que o Bolsonaro fez, e a partir da liberação do partido, escolhi apoiar o presidente.

O senhor se considera um bolsonarista raiz?
Gustavo Mendanha – Não. Até porque depois vou me criticar. Eu me considero uma pessoa que entende que o Bolsonaro faz um bom trabalho. Eu votei no Bolsonaro na eleição passada. Votei no Henrique Meirelles no primeiro turno e, no segundo turno, votei no Bolsonaro. De certa forma, não é de hoje. Naquele tempo, não foi apoio abertamente. Acho que não havia necessidade e, mais do que isso, os líderes que apoiaram Bolsonaro aqui no estado não queriam ter muito diálogo. Mas eu votei no presidente. Entendo que ele faz um bom governo, com todas as dificuldades que nós que ocupamos cargos públicos vivemos. Acredito no governo do presidente Bolsonaro.

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