O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha anunciou nesta terça-feira (1º/03) que tem data para sair do cargo e se concentrar exclusivamente na sua pré-candidatura ao Governo de Goiás. Por meio de uma live nas redes sociais, o ex-emedebista explicou que ainda ‘conversa com partidos’ mas que tem um “sonho”: quer Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito e governador de Goiás, Iris Rezende Machado, ao seu lado na vice-governadoria.
“Eu já anunciei que no dia 30 de março estarei renunciando como prefeito de Aparecida para ser pré-candidato a Governador do Estado de Goiás. Não tenho partido ainda, tem alguns partidos que me convidaram. Patriotas, Podemos, outros partidos, não defini ainda, tem vários partidos”, explicou. O Diário de Goiás vem mostrando as articulações de Mendanha para tentar arranjar uma casa competitiva na disputa eleitoral. Ele chegou a “noivar” com o PL, recebendo apoio irrestrito dos líderes em Goiás, mas o “casamento” mesmo, acabou não vingando. No fim da missa, o clã Bolsonaro levantou a mão e bateu o pé na indicação. “Estamos concluindo uma aliança dentro desses partidos e eu vou escolher um para ser candidato por essa agremiação”, sacramentou.
Se ainda a legenda não está definida, Mendanha já estabeleceu seu sonho: quer uma mulher ao seu lado para a vice-governadoria e ela tem nome: Ana Paula Rezende, embora o próprio assuma que pode ser complicado tê-la nos quadros. “A única coisa que eu posso dizer é que tenho vontade de ter uma mulher na chapa como vice-governadora. Eu vou até falar de uma pessoa que eu tenho sonho, ela diz que não vai disputar, mas para mim, seria muito bom ter a ANa Paula, filha do nosso querido líder Iris Rezende Machado como candidata a vice, sei que ela não vai disputar, mas fica aqui meu respeito ao legado do Iris, do Maguito, todo o trabalho que fizeram pelo estado”, pontuou.
Corrida contra o tempo
Mendanha agora entra numa verdadeira corrida contra o tempo para definir a legenda. Ele próprio já ultrapassou o limite que havia estabelecido para bater o martelo. Em outubro do ano passado, assim que se desfiliou do MDB, disse que até janeiro deste ano anunciaria sua nova casa.
“Até o final do ano, no mais tardar em janeiro eu já quero estar com um partido escolhido. Obviamente, vou fazer isso escutando os companheiros, conversando e buscando o entendimento de todos aqueles que estão construindo essa aliança”, disse Gustavo Mendanha numa terça-feira (05/10) em coletiva com jornalistas após a assinatura do contrato que deram início às obras de construção do novo Cais Nova Era, em Aparecida de Goiânia.
À época, ele estava muito perto do PL. Chegou a ter, junto com o presidente do partido, Flávio Canedo e a deputada federal Magda Moffato, ambos líderes históricos da legenda em Goiás, uma série de agendas por cidades do interior já pavimentando sua pré-candidatura. Canedo, por sinal, já havia cravado “apoio incondicional” ao prefeito de Aparecida.
Às vésperas de subir altar, o clã Bolsonaro bate o pé
Com a filiação do presidente da República, Jair Bolsonaro ao PL, a concretização da filiação – já praticamente definida – ficou de molho. Aproveitando da analogia ao matrimônio que o presidente da República tanto gosta, foi como se Mendanha e o Partido Liberal estivessem subindo ao altar religioso e de última hora alguém intervisse apresentando algum problema que impedisse o casamento ser consumado.
Aliado de primeira hora do presidente da República, o deputado federal Major Vitor Hugo, prestes a se filiar ao PL, bateu o pé. Disse que Mendanha já havia recebido apoio do PT e de outros partidos de esquerda o que seria algo impensável. O prefeito de Aparecida, não tinha o perfil “puro-sangue bolsonarista”. Canedo e Magda tentaram contornar. Negaram intervenção, mantiveram o nome de Mendanha e disseram que Vitor Hugo teria de provar que tem “musculatura política” caso quisesse assumir a pré-candidatura no lugar de Mendanha. Até o deputado federal Humberto Teófilo disse que tentaria moderar a questão.
De nada adiantou. Em entrevista recente ao Diário de Goiás, Canedo revelou que Mendanha estava mais próximo ao Patriotas, de Jorcelino Braga, do que do seu PL. “Miopia política” do Major, avaliou.
Vice medroso
Em entrevista concedida no fim de janeiro ao jornalista Altair Tavares, diretor de redação do Diário de Goiás, Vilmar Mariano revelou que apesar de sentir-se preparado para assumir a Prefeitura, tinha medo devido ao legado que Gustavo Mendanha iria deixar. “Eu confesso que ainda me dá um pouco de medo, não é fácil, sair da Câmara Municipal, fui presidente da Câmara por dois mandatos, mas é um universo completamente diferente, mas o Gustavo tem uma equipe muito estruturada e escolhida a dedo e essa equipe vai me dar sustentabilidade que eu preciso para continuar o grande trabalho que o Gustavo tem feito em Aparecida”, pontuou.