Com uma programação de Carnaval que inclui blocos, boates, restaurantes e até cinemas, o guia Rio Gay Life foi lançado este ano para listar lugares receptivos e festas segmentadas para homens homossexuais, público que foi recentemente mapeado como o principal turista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) que visita o Rio na alta temporada. As informações são da Agência Brasil.
Segundo uma pesquisa da Fundação Cesgranrio e do Instituto de Pesquisas e Estudos do Turismo do Rio de Janeiro, divulgada no início de fevereiro, 75% dos turistas LGBT estrangeiros que visitam a cidade são homens, 70% têm nível superior e 55% vem da Europa. Para 70% desses turistas, o Rio de Janeiro é uma cidade gay friendly (amigável para homossexuais).
Com foco neste perfil, o jornalista Felipe Martins preparou o guia bilíngue, que deve ter uma tiragem de ao menos 1.500 exemplares e será distribuído na rede hoteleira de Copacabana e Ipanema, bairro apontado pela pesquisa como o preferido dos turistas homossexuais.
Aos 36 anos e com alguns Carnavais no currículo, como ele mesmo brinca, Martins comemora que a programação cresceu nos últimos anos: “O guia acompanha esta evolução. Há dez anos, não daria pra fazer um guia com blocos por só existirem um ou dois. Felizmente, o problema agora é falta de papel pra colocar todos”, conta o jornalista, que apontou alguns como, o Bunytos de Corpo, o Viemos do Egyto e a Banda de Ipanema. “E incluí o Toco-Xona, um bloco muito querido por mulheres lésbicas e pessoas trans”.
Por outro lado, ao entrar em contato com estabelecimentos que poderiam ser incluídos na lista, ele ouviu alguns “nãos”, inclusive de locais tradicionalmente frequentados por homossexuais. “A resposta que eu tinha era que não queriam ficar marcados por um público apenas. Mas a ideia do guia não é esta. É mostrar que você acolhe bem todos os públicos, incluindo o gay”. Além do folder impresso, o guia terá também uma página no Facebook, onde serão incluídas mais recomendações.
O peso do turista LGBT no Carnaval do Rio também já foi mapeado pela prefeitura. Uma pesquisa da Riotur e da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual (Ceds) de 2014 apontou que 30% da renda obtida com o evento naquele ano veio de turistas LGBT, público que foi estimado 15% do total.
O turista LGBT foi identificado como um perfil que gasta mais e permanece mais dias na cidade, e movimentou R$ 461 milhões naquele ano. A pesquisa não foi repetida, mas, para este ano, a Ceds preparou ações direcionadas ao público LGBT, como o lançamento da campanha Rio+Respeito. (Folhapress)