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“Guerra da vacina” domina semana no Brasil

O debate sobre a vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac contra a covid-19 tomou conta do noticiário brasileiro nesta penúltima semana de outubro. A discussão começou na terça-feira (20), com a assinatura de um protocolo de intenções para compra do imunizante por parte do Ministério da Saúde, e terminou com veto do presidente Jair Bolsonaro ao ato.

Na tarde de terça, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu-se com governadores e anunciou o acordo para comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, caso ela fosse aprovada nos testes clínicos. O carregamento custaria R$ 1,9 bilhão, mesmo valor pago por 100 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford.

O acordo previa a entrega de doses, que seriam produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, a partir de janeiro. A vacina seria incluída no Plano Nacional de Imunização (PNI) e distribuída a todos os estados.

A assinatura do acordo foi comemorada pelo governador de São Paulo, João Doria, que é o principal defensor da CoronaVac. O governador Ronaldo Caiado também se animou com o protocolo assinado pelo governo.

Bolsonaro veta acordo

Na manhã de quarta-feira (21), porém, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou Pazuello e mandou cancelar o acordo para aquisição da vacina. Segundo o presidente, o Brasil “não vai comprar vacina da China”.

Ele afirmou que o imunizante tem custo alto e ainda não comprovou eficácia. Durante entrevista à tarde, disse que “toda e qualquer vacina está descartada” por enquanto. Bolsonaro pontuou que, “diferente da cloroquina, a vacina precisa de comprovação científica”.

O secretário estadual de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, tranquilizou a população e explicou que a decisão do presidente teria pouco impacto no calendário de vacinação. De acordo com Alexandrino, o efeito colateral poderia ser de até 30 dias.

Anvisa autoriza importação de vacina

Na sexta-feira (23), a novela da vacina ganhou mais um episódio de impacto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de 6 milhões de dose da CoronaVac. A decisão atende pedido do Butantan, que recolherá o carregamento como estoque, uma vez que o imunizante não pode ser aplicado na população por não ter registro.

A Anvisa também garantiu que, caso a vacina seja aprovada nos testes clínicos, agilizará os trâmites burocráticos para registrá-la. Durante a semana, o presidente da agência reguladora, Antonio Barra Torres, afirmou que os técnicos analisam os dados científicos, não a nacionalidade da vacina.

Judicialização

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou também nesta sexta-feira que acredita que a Corte será provocada para dar seu parecer em relação à obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, seja ela qual for.

No fim do dia, o ministro Ricardo Lewandowski submeteu ao plenário ações que pedem que o STF se manifeste a respeito do tema.

O governador João Doria é defensor público de tornar a vacinação compulsória e afirma que, em São Paulo, o imunizante será obrigatório. Por sua vez, o presidente Bolsonaro argumenta que a decisão cabe ao Ministério da Saúde e se posiciona contra a obrigatoriedade, classificando Doria como autoritário.

Também há uma ameaça de Doria de ir, em conjunto com outros governadores, ao Supremo para obrigar o governo federal a adquirir as doses da CoronaVac.

Redação / Diário de Goiás

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