Diversos grupos e integrantes de partidos de esquerda anunciarão nesta semana um movimento para discutir projetos para o país e o futuro dessa corrente ideológica.
Segundo os organizadores, o debate não será pautado pelo calendário eleitoral. Porém, ele deve traçar cenários para 2018, com e sem a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Não consta da pauta do grupo a formação de um novo partido, mas essa opção não está descartada.
Haverá uma série de debates em praças, transmitidos on-line por um site que permitirá a participação de internautas. O primeiro debate está previsto para 26 de agosto em São Paulo. Já há outros programados em Belém, Recife, Rio, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte.
O site, batizado de Vamos!, entra no ar nesta segunda (14), desenvolvido pelo coletivo Mídia Ninja. A ideia se baseia no movimento que originou o partido Podemos, na Espanha, que tem como um dos pilares a horizontalidade.
“O que está colocado é discutir projeto para o próximo período, de 10, 20 anos. Nós temos uma crise do país e da esquerda, precisamos de uma discussão honesta, sem tabus, com espírito crítico”, diz Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que passou uma temporada na Espanha a convite do Podemos.
A articulação partiu da Frente Povo Sem Medo, da qual o MTST faz parte, e terá integrantes de PSOL, PT, PCB, UNE, Uneafro, CUT, Intersindical, MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) e outros.
Segundo Boulos, foram convidados intelectuais como Laura Carvalho, colunista da Folha de S.Paulo, e Raquel Rolnik, ambas da USP, o português Boaventura de Sousa Santos e líderes como Sônia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Do mundo político virão representantes do Podemos espanhol, os petistas Tarso Genro e Lindbergh Farias, Luiza Erundina e Chico Alencar, do PSOL, e outros. “A ideia é assegurar uma participação que não seja restrita a militantes”, diz Boulos.
Em junho, membros de PSOL e PT que estão no Vamos! haviam se reunido para debater os rumos da esquerda. Como a Folha de S.Paulo noticiou, o diálogo causou irritação no ex-presidente Lula, que soube dele pela imprensa.
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