O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez fortes críticas nesta terça (16) a membros do poder público, em especial do judiciário, por criticarem a reforma da Previdência a fim de “defenderem seus benefícios”.
Para Maia, eles agem de forma “desconectada da realidade” e propagam mentiras por quererem manter aposentadorias de R$ 20 mil, entre outros benefícios.
“Estamos enfrentando uma corporação também”, afirmou o deputado, durante viagem oficial a Washington.
Maia fez especial menção a uma entrevista recente de Roberto Veloso, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), ao “Jornal do Piauí”, em que o juiz criticava a reforma e a chamava de “reforma da não aposentadoria”.
Veloso citou o exemplo de um motorista de ônibus que, aos 65 anos e mesmo tendo contribuído com a previdência por 15 anos, teria uma redução de 60% em seu benefício, segundo ele.
“Foi algo completamente desconectado da realidade”, disse. “É uma coisa grave, muito triste.”
Para Maia, Veloso estava defendendo o seu próprio interesse. “Ele usa um exemplo do motorista de ônibus, do trabalhador, para defender a manutenção dos seus benefícios, dos seus auxílios, da aposentadoria de R$ 20 mil.”
O presidente da Câmara voltou a afirmar que a aprovação da reforma “não é uma votação simples” e que não tem “nenhum tipo de otimismo”.
Ele ressaltou que a base do governo na Câmara diminuiu desde a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), e que é preciso reorganizá-la e trabalhar na comunicação sobre a reforma.
Para ele, se o governo não conseguir votar a reforma em fevereiro, “não conseguirá votar mais”, em função de outras agendas que também precisam avançar.
Apesar disso, Maia negou que seja pessimista em relação à aprovação da reforma, mas sim “realista”.
“Já tem muito político mentiroso no Brasil, né? Acho que chega. Está na hora de a gente falar a verdade, e a reforma da Previdência não é uma votação simples”, declarou.
Maia voltou a defender a reforma e disse que vai ter um impacto positivo na vida dos brasileiros, por reorganizar o Estado e ajudar a controlar o deficit público. (Folhapress)