Embora a concentração de renda tenha diminuído no Brasil nos últimos anos, o grupo dos 10% mais ricos ainda concentra 40,5% do rendimento dos trabalhadores brasileiros.
O dado é da Síntese de Indicadores Sociais divulgada nesta sexta (2) pelo IBGE. Os 40% mais pobres ficaram com apenas 13,6% da renda.
Em relação a 2005, a concentração da renda entre os 10% mais ricos caiu de 45,3% para 40,5%. Já a fatia dos mais pobres subiu de 11% para 13,6%.
A queda levou a uma redução do índice de Palma (indicador de desigualdade que compara a renda dos 10% mais ricos com a dos 40% mais pobres) no período, de 4,1 para 3.
A distribuição de renda entre brancos e pretos ou pardos também diminuiu, mas permanece em níveis altos.
De acordo com o IBGE, entre os 10% mais pobres, 75,5% se declaram pretos ou pardos. Em 2005, eram 74,1%.
No grupo dos 10% mais ricos, 79,7% são brancos. Em 2005, eram 86%.
Com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde, de 2013, o IBGE detectou ainda grande desigualdade com relação ao acesso a bens e serviços.
Entre pretos e pobres com mais de 18 anos, 45% não haviam concluído o ensino fundamental, 60,8% não têm acesso à internet em seu domicílio, 53,1% não têm máquina de lavar e 76,8% não têm plano de saúde.
Entre os brancos, os números são 32,6%, 40,7%, 27,2% e 60,1%, respectivamente.
“Há muito trabalho a ser feito. Um país desigual como o Brasil necessita de políticas públicas para reduzir a desigualdade”, disse o coordenador da pesquisa do IBGE, André Simões.
Folhapress