Pela terceira vez, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) foi multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida contra o Paraguai pelas eliminatórias da Copa de 2018, na Arena Corinthians, boa parte dos torcedores gritou “bicha” a cada vez que o goleiro adversário cobrava o tiro de meta. A entidade recebeu uma advertência e uma multa de R$ 112 mil, que também se refere ao uso de sinalizadores durante o jogo.
Havia a possibilidade de que a seleção fosse proibida de receber partidas na Arena Corinthians por um período determinado, assim como já aconteceu com a seleção chilena devido à repetição de casos. No entanto, a suspensão não aconteceu.
A CBF já foi multada duas vezes por casos iguais durante as eliminatórias. A última punição aconteceu em novembro do ano passado após a partida diante da Bolívia. A primeira havia sido contra a Colômbia. No total, a Confederação teve de desembolsar cerca de R$ 252 mil até o momento.
Durante o jogo, o locutor do estádio paulista chegou a pedir que os torcedores “respeitassem o adversário” e evitassem uma punição à seleção. Foi ignorado. Os gritos na Arena Corinthians foram significativamente mais altos do que nas ocasiões anteriores.
Nos países de língua espanhola, as torcidas costumam dar o grito de “puto”, que é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo “eee” e finalizam com o “puto” quando o tiro de meta é batido.
Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o “puto” por “bicha”. Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni.
Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas; durante a Olimpíada de 2016, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.