Chegando ao décimo dia, a greve dos caminhoneiros ainda afeta vários serviços em todo país. Aos poucos, o desbloqueio nas estradas está acontecendo mas o impacto da paralisação afeta toda população. Nem a rotina das escolas e universidades pôde ser mantida. Enquanto alguns estudantes comemoram porque aproveitam o momento como se fosse um longo feriado, a estudante Maria Victória Santos, 10 anos, tem motivos para reclamar. “Eu preferia ter aula, gosto de ir para a escola. E não adianta nada ficar em casa porque depois vamos ter que ver todo o conteúdo. O que eu mais gostei foi o fato de poder ficar mais tempo com a minha mãe. Ela passa o dia inteiro trabalhando”, explica a aluna da educação básica do Colégio Padrão.
A preocupação dos pais é outra. Eles precisam arranjar formas de trabalhar enquanto os filhos estão em casa. Em vários estados do país, escolas da rede pública e privada suspenderam as aulas nos últimos dias. A tendência é que hoje a situação seja normalizada nos próximos dias. Um levantamento feito pelo Ministério da Educação, também informou que pelo menos 29 das 63 Universidades Federais paralisaram as aulas. Treze afirmaram que as atividades foram parcialmente afetadas e as outras quinze universidades disseram que as atividades acadêmicas seguem normalmente.
Além de afetar a rotina de escolas e universidades, outros setores também sentiram as consequências da greve. Entre os serviços que foram mais impactados estão hospitais, mercados e feiras livres, aeroportos e transporte público. A principal preocupação dos dirigentes de escola era com a locomoção e segurança de alunos, pais e funcionários.
Em Goiás, o Colégio Pingo de Mel decidiu que iria funcionar normalmente. “A nossa escola é pequena e a maioria dos estudantes não precisam pegar nenhum tipo de transporte para chegar até aqui. Os estudantes que vem de carro para escola também não relataram nenhum tipo de dificuldade”, assegurou a diretoria da instituição.
A situação é diferente no Colégio Municipal Professora Dáulia Angélica, em Vera Cruz, na Bahia. A escola está sem aula desde segunda-feira e ficará assim até o fim da semana. Muitos alunos da instituição dependem do transporte público e, por conta da falta de gasolina, ficou impossível abastecer os ônibus. Segundo a coordenadora pedagógica Miraildes Sousa, até hoje, os postos da cidade ainda não têm gasolina, o que torna inviável a retomada das aulas. “Existe uma lei que obriga o cumprimento de 200 dias letivos. Os dias sem aula, serão compensados aos sábados, mas com certeza não terá tanta frequência, que acaba prejudicando o aprendizados dos alunos”.
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