Curitiba – Mesmo com as quedas dos secretários da Educação, Fernando Xavier e da Segurança, Fernando Francischini (Solidariedade) e do comandante geral da Polícia Militar do Paraná, Coronel Cesar Kogut, a greve dos professores da rede estadual de ensino do Paraná ainda não tem data para terminar.
A diretoria da APP-Sindicato se reúne nesta terça-feira (12) com representantes do governo do Estado para discutir a pauta de reivindicações. Além do reajuste mínimo de 8,4% relativo à data-base e a discussão sobre o piso nacional, que chegaria a 13%, os professores querem a anulação do projeto de lei que altera a Paranaprevidência, cuja votação foi o estopim dos confrontos entre policiais e professores que deixou um saldo de 213 manifestantes e 21 policiais feridos. Nesta semana, o governo propôs o reajuste de 5% para ser pago em duas parcelas.
Segundo o professor Luiz Paixão, do comando de greve, as saídas ocorridas no governo era o caminho natural. “Não havia outro caminho e demorou muito. O governo adotou uma estratégia de desacreditar o movimento e pede desculpas depois de dez dias. As desculpas deveriam vir de ações concretas”, disse.
Ao mesmo tempo em que os professores pressionam pelos reajustes e anulação do projeto da Paranaprevidência, o Ministério Público do Paraná também vai colhendo depoimentos de pessoas que estiveram no Centro Cívico no dia 29 de abril, para um inquérito que deve chegar ao governador, ao ex-secretário de segurança e ao Coronel Kogut.
Nele, serão apuradas as responsabilidades pelos confrontos e também serão questionados os motivos pelos quais não foram seguidas as recomendações do MP que previam ações e procedimentos discutidos entre as esferas do governo.
“Há indícios de que houve exagero”, chegou a dizer o promotor Eliezer Gomes, um dia após os conflitos, quando foram iniciados os depoimentos, que já chegam a 100, além de outras 180 gravações em vídeo dos confrontos.
Na sexta-feira (8) o cinegrafista da Band, Luiz Carlos de Jesus, prestou depoimento à promotora Mariana Bazzo e relatou os momentos que antecederam o ataque de um Pitbull a ele, no momento que registrava os confrontos. “Não pisei na pata dele, não fiz nada e fui mordido”, disse Jesus, que já foi ouvido pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que condenou o conflito.
(Estadão Conteúdo)