Em entrevista a jornalista estadunidense Amy Goodman, Glenn Greenwald sugeriu que tem áudios de conversas trocadas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro e o procurador da República, Deltan Dellagnol.
Ao ser questionado como conseguiu os áudios, Greenwald afirmou que se tratavam de áudios que foram gravados entre Moro e Dellagnol. “Quando eu digo áudio, o que eu quis dizer – e nós não publicamos nenhum ainda – então eu quero dizer que eles não estavam gravando suas próprias conversas, mas que eles frequentemente se comunicavam entre si usando aplicativos no telefone que permitem que você digite e grave mensagens de voz ao mesmo tempo”, citou Greenwald. Na sequência lembrou dos aplicativos que tem o recurso de gravar áudios como WhatsApp e Telegram.
Na entrevista, ele explica e contextualiza a narrativa que Moro e Dellagnol publicizavam na época das conversas. “Eles dizem ‘não temos ideologia, não temos preferência partidária, não nos importamos em quem vença as eleições. Somos apenas juízes e promotores neutros aplicando a lei’.” A partir deste momento, ele explica o porque as mensagens vazadas no último domingo podem ter mudado os rumos da política no país.
“Finalmente, nos permite ver a verdade sobre o que eles fizeram e as três histórias que publicamos no domingo, a razão pela qual elas desestabilizaram o Brasil, é porque Sérgio Moro, depois que Bolsonaro foi eleito, graças à prisão de do Lula, se tornou a segunda pessoa mais poderosa no Brasil porque o Bolsonaro criou o que ele chama de “super ministro da Justiça” que Sérgio Moro lidera agora.”
Greenwald conclui colocando a isenção e neutralidade de Sérgio Moro em cheque. “Assim como nos Estados Unidos, é requerido que um juiz se mantenha neutro. Um juiz não pode favorecer um lado ou o outro. E havia suspeita de longa data que Sergio Moro, quando estava julgando os casos, como para buscar as provas de culpa de casos como o de Lula, de outros lideres de esquerda e de pessoas de outros partidos, que ele estava na verdade, colaborando em segredo, com os promotores para desenhar o caso.”