Na primeira manifestação pública após o encontro de cúpula no qual foi traçada a tática do PSDB em relação ao governo de Michel Temer, o governador Geraldo Alckmin (SP) afirmou que “os grandes nomes” do partido para uma eventual eleição indireta são o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na noite de quinta (25), reuniram-se o governador, o prefeito paulistano, João Doria, Tasso Jereissati, que preside interinamente o PSDB, e FHC. O acordo tácito, evidenciado na fala de Alckmin, é de que Tasso não seja candidato à reeleição caso vença o pleito indireto a ser convocado no caso de Temer ter o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia 6 de junho.
Assim, o grupo de Alckmin terá preferência para indicar o candidato tucano na eleição direta de 2018. “Eu não sou candidato a nenhuma eleição indireta”, afirmou o governador após evento, sacramentando publicamente o acerto. Ele quer ser candidato, mas patina em pesquisas e está sob investigação na Operação Lava Jato sob acusação de caixa dois. Se estiver inviabilizado, Doria surge como nome forte para a indicação.
O nome de FHC foi colocado na lista de presidenciáveis indiretos para dividir a atenção com Tasso, cuja exposição vai atrair críticas e fogo amigo, segundo avaliação dos tucanos. Além de o ex-presidente, com 86 anos, não querer a missão, há a avaliação na sigla de que seu nome teria rejeição no baixo clero da Câmara, responsável por aproximadamente 60% dos 594 votos do Colégio Eleitoral que será convocado se Temer cair.
Uma das maneiras que os aliados do governo estudam para agradar esses eleitores é atrair o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a composição, talvez como vice de Tasso.
Nesse caso, o nome do ex-ministro Nelson Jobim (PMDB) surge como opção forte para integrar o governo na pasta da Justiça. Jobim é visto como um dos principais presidenciáveis para o pleito indireto pela interlocução forte com o PT e o Supremo, mas suas ligações com investigados na Lava Jato são consideradas um grande passivo.
Resta, naturalmente, combinar com o PMDB e outros aliados, incomodados com o protagonismo dos tucanos na articulação do pós-Temer. (Folhapress)