O governo fez três novas substituições na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) às vésperas da votação da denúncia que pode afastar Michel Temer do poder.
O PMDB retirou da comissão inclusive o deputado Osmar Serraglio (PR), que foi ministro da Justiça do presidente por pouco mais de dois meses.
Na manhã desta quarta (12), o PMDB decidiu trocar Serraglio pelo deputado Darcisio Perondi (RS), um dos principais integrantes da tropa de choque de Temer na Câmara. Segundo líderes, ele será o “coordenador” da bancada do partido durante a votação na CCJ.
Os peemedebistas também substituíram a deputada Soraya Santos (RJ) pelo deputado Hildo Rocha (MA). Tanto Serraglio quanto Soraya passaram a ocupar vagas de suplentes na comissão.
O líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), nega que as substituições sejam uma manobra para influenciar o resultado da votação. Ele diz ainda que Soraya declarou que votaria a favor de Temer, mas pediu para ser substituída porque não poderia participar das próximas reuniões da comissão.
O PP, que também integra a base aliada de Temer, também decidiu substituir o deputado Esperidião Amin (SC), que ameaçava votar pela aceitação da denúncia contra o presidente. Sua vaga será ocupada por Toninho Pinheiro (MG).
Na noite de terça-feira (11), o PP decidiu fechar uma orientação para que toda a sua bancada seja obrigada a votar contra o prosseguimento da denúncia contra Temer. Essa medida, conhecida como “fechamento de questão”, é uma maneira de pressionar os parlamentares e abrir caminho para essa substituição na CCJ.
A base governista tem feito uma série de manobras na composição da CCJ para assegurar a vitória de Temer e barrar com um placar robusto a denúncia apresentada contra o presidente. Ao todo, já foram feitas mais de 20 substituições pelos partidos aliados do peemedebista.
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