As receitas do governo superaram as despesas em outubro pela primeira vez em seis meses, divulgou o Tesouro Nacional nesta terça-feira (28).
O superavit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) no mês passado somou R$ 5,1 bilhões, levando o deficit primário no acumulado do ano para R$ 103,2 bilhões, ainda o pior resultado da série histórica, iniciada em 1997.
A receita líquida no mês passado totalizou R$ 103,2 bilhões, uma queda real (descontada a inflação do período) de 23,9% na comparação com outubro de 2016, quando entraram no caixa do governo mais de R$ 45 bilhões referentes à repatriação de recursos irregulares no exterior.
Já as despesas somaram R$ 98 bilhões, subindo 4,7% ante o mesmo mês do ano passado. O valor foi influenciado pelo deficit da Previdência, que foi de R$ 13,8 bilhões (alta de 19,5% ante outubro de 2016) e pelas despesas com pessoal.
No acumulado em 12 meses, o deficit é de R$ 207,3 bilhões -ou seja, R$ 48,3 bilhões acima da nova meta fiscal, mais folgada, de R$ 159 bilhões (o objetivo anterior era um rombo de R$ 139 bilhões).
O Tesouro ressaltou, entretanto, que o rombo em 12 meses está particularmente grande porque o governo antecipou para maio e junho o pagamento de precatórios (pagamentos determinados por decisões judiciais) que normalmente são quitados no fim do ano.
Se esse adiantamento não tivesse sido feito, esse deficit estaria em R$ 188,8 bilhões, ainda R$ 29,8 bilhões acima da nova meta. Esse resultado ruim melhorará em novembro e dezembro, segundo o Tesouro, quando entrarão R$ 26,1 bilhões em receitas com concessões e permissões. (Folhapress)