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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Governo quer fechar as unidades do Farmácia Popular até agosto

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O Ministério da Saúde planeja fechar, até agosto deste ano, todas as unidades próprias do Farmácia Popular, programa que oferta medicamentos gratuitos ou com descontos de até 90% para a população.

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O cronograma foi divulgado pela pasta nesta terça-feira (6). O encerramento das unidades próprias, porém, já havia sido definido em março deste ano.

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Ao todo, 367 unidades do Farmácia Popular que hoje ainda estão em funcionamento, custeadas pela União, deixarão de receber recursos. O número de unidades, porém, já começou a ter redução. Em março, havia 393.

A ideia é que, até julho, 95% já estejam fechadas. Prefeituras, no entanto, podem optar por manter as unidades, desde que com recursos próprios -o governo federal já informou que não irá mantê-las.

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O Farmácia Popular foi criado em 2004, na gestão do então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Dois anos depois, foi criado o Aqui tem Farmácia Popular, braço do programa em farmácias privadas -hoje são 34.543 farmácias credenciadas, distribuídas em 4.487 municípios.

A medida, assim, põe fim a um dos eixos do programa -a oferta de descontos e medicamentos gratuitos nas farmácias credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Popular, porém, continua mantida.

Repasses

Segundo o Ministério da Saúde, com o fim do repasse para as unidades próprias, a verba do Farmácia Popular, equivalente a cerca de R$ 100 milhões, passará a ser destinada a Estados e municípios para a compra de medicamentos.

Na prática, o valor é um pouco menor -desse total, 20 milhões já eram destinados à compra de medicamentos para serem distribuídos dentro do programa. O restante, ou R$ 80 milhões, equivale a gastos administrativos.

“Entendemos que deveríamos aplicar todos os R$ 100 milhões em medicamentos”, afirma o ministro da Saúde, que estima aumento de 10% nos recursos.

Críticas

Apesar de defendido pelo governo, o fechamento das unidades próprias no programa tem gerado críticas de entidades, que temem que a medida dificulte o acesso da população aos medicamentos.

Em maio, o Conselho Nacional de Saúde recomendou ao ministério que interrompesse o fechamento das unidades próprias.

Para o conselho, a “desativação das unidades próprias da Farmácia Popular afetará duramente a população em situação de vulnerabilidade social”. “As unidades privadas [do programa] não estão nos bairros mais pobres”, informa.

O ministro da Saúde, porém, nega que a mudança traga prejuízos. “As unidades do Farmácia Popular da rede credenciada estão no centro, melhor localizadas que as unidades próprias. São pontos comerciais de maior acesso à população”, disse Barros.

Outro impasse é a quantidade de medicamentos ofertados. Enquanto o Farmácia Popular abrangia 110 produtos, gratuitos ou com desconto, o Aqui Tem Farmácia Popular oferta 42 produtos.

O governo, porém, alega que a população continuará a ter acesso aos medicamentos por meio das unidades básicas de saúde e que os produtos que eram distribuídos apenas na rede própria representavam cerca de 7% da procura no programa. (Folhapress)

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