Corte no orçamento dos Hospital das Clínicas chega a R$ 100 milhões
O governo de Goiás solicitou oficialmente que o governo federal libere 170 leitos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) para minimizar o colapso no sistema público de Saúde de Goiânia. O pedido foi feito na quinta-feira (19), dois dias após o governador acusar o HC/UFG de não ter liberado leitos e a direção da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra o hospital, afirmar que não tinha sido procurada, como mostrou o Diário de Goiás na terça-feira (17).
A informação sobre o ofício foi publicada pelo jornal O Popular neste sábado. Conforme a reportagem, o pedido foi assinado pelo secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, e pelo interventor estadual na Saúde de Goiânia, Márcio Leite. O HC tem 289 leitos ativos conforme a Ebserh.
A solicitação é para que o hospital abra 100 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI adulto, 10 leitos de UTI neonatais, além de 40 leitos de maternidade. O colapso no sistema da capital atinge em especial as três maternidades públicas e a oferta de UTIs adultas e pediátricas.
Ao jornal, o secretário informou que esteve com o presidente da Ebserh, Daniel Beltrammi, na quarta-feira (18), e solicitou os leitos e recursos para eles, “o mais rápido possível” e “sem contrapartida”.
Um dia antes, quando o governador apontou omissão da União, a assessoria do HC/UFG respondeu que não tinha sido procurada pelo gabinete de crise, e mesmo assim havia oferecido espontaneamente 10 leitos de UTI pediátrica e 6 leitos de UTI adulta.
Na ocasião, também justificou que não possuía os 200 leitos vazios como tinha apontado o governador, mas sim “um espaço físico, no Edifício de Internação, com capacidade para ofertar mais 240 leitos”. Em nota a Ebserh esclareceu: “Hoje temos 289 leitos ativos e com a possibilidade de abrirmos 240 novos leitos. Porém, esse é um planejamento que vem sendo feito ao longo de anos por várias administrações federais, pois a construção do Edifício de Internação levou cerca de 20 anos”.
Procurada neste sábado (21) para falar sobre a capacidade para atender o ofício do governo goiano de imediato, liberando 170 leitos, a assessoria da Ebserh/HC apontou que vai atender a solicitação, mas não especificou como vai equacionar isso se não possui novos leitos. Também informou que vai precisar de autorização e provimento de recursos por parte da autoridade sanitária, se referindo ao Município, Estado e União.
“A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/HC-UFG) está empenhada e plenamente à disposição da equipe de intervenção, para abertura de novos leitos no HC. Ressaltamos que, como prestadora de serviços públicos de saúde, a Ebserh trabalha mediante autorização e provimento de recursos por parte da autoridade sanitária local (município e estado) e federal (Ministério da Saúde)“