O governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou gastos no valor de R$ 6,3 bilhões referentes a parcelas não pagas do seguro-desemprego para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmou à Folha de S.Paulo que houve uma “insuficiência orçamentária” em 2022, deixando as despesas para o ano seguinte.
A dívida do governo anterior gerou uma bola de neve de gastos para o governo Lula. Os gastos acumulados foram empurrados para 2024, resultando em um valor de cerca de R$ 5,66 bilhões até o momento.
Conforme o Ministério do Trabalho, os segurados não chegaram a ser afetados, recebendos os valores dentro dos prazos estipulados. No entanto, a pasta não deu explicações sobre o acarretou essa “insuficiência orçamentária”. O MTE ainda completou afirmando que está se esforçando para executar as obrigações junto ao segurados e que, se necessário, solicitará novos créditos.
O ex-ministro do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que chefiou o MTE de julho de 2021 a março de 2022 afirmou à Folha que a execução orçamentária sempre “acompanhou o fluxo de pagamento”. A Controladoria Geral da União (CGU) destacou que será necessária uma auditoria para detalhar e elucidar os fatos ocorridos a partir do exercício de 2022, de modo a esclarecer os procedimentos adotados pelo MTE.