A crise política envolvendo o bloqueio de emendas parlamentares pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), continua a assombrar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2025. A decisão do ministro de bloquear R$ 4,2 bilhões destinados às emendas de comissão, além de exigir mais transparência e rastreabilidade nos recursos, agravou o desgaste político do governo. Isso dificultou a articulação da gestão petista no Congresso Nacional, especialmente nas negociações para aprovação de pautas prioritárias.
Embora uma parte das emendas tenha sido liberada – cerca de R$ 370 milhões necessários para garantir o mínimo constitucional de gastos com saúde –, a crise ainda persiste, e líderes partidários acreditam que a situação só será resolvida quando as emendas indicadas pelos parlamentares forem pagas. Além disso, há suspeitas de que as decisões de Dino possam estar relacionadas a um “jogo combinado” com o Palácio do Planalto, o que aumenta as dificuldades de aprovação de projetos no Parlamento.
A situação no Congresso também foi marcada por dificuldades na aprovação de um pacote de revisão de gastos públicos, que ficou travado por quase um mês na Câmara dos Deputados devido ao impasse sobre a liberação das emendas. O governo Lula ainda enfrenta desafios adicionais, como a necessidade de uma reforma ministerial, com alguns deputados, como os do PSD, pressionando por mais espaço no governo, visto que se sentem desprestigiados na Esplanada.
Além do PSD, outros partidos, como o Progressistas (PP) e o Republicanos, também buscam maior representatividade no governo. Conforme o Metrópoles, há a expectativa de que Lula faça uma reforma ministerial no primeiro semestre de 2025, ajustando os espaços ocupados pelos partidos, mas sem necessariamente aumentar o número de ministérios.
Por fim, o principal desafio para o governo Lula continua sendo a falta de interlocução política com o Congresso Nacional. Muitos parlamentares apontam a dificuldade de diálogo com o Palácio do Planalto e criticam a atuação do presidente, que, segundo alguns, não mantém o mesmo relacionamento próximo com o Legislativo que teve durante seus primeiros mandatos. Esse “déficit político” tem prejudicado a articulação do governo e dificultado a aprovação de suas propostas.