Ficou em 0% a proposta de reajuste salarial para os servidores públicos federais apresentada pelo governo nesta segunda-feira (18). Foi a última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente sobre o assunto e a proposta frustrou os trabalhadores.

O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Lopez Feijóo apresentou apenas atualizações de benefícios voltados para alimentação e saúde.

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Foram apresentadas as seguintes propostas de reajuste: R$ 342 (51,9%) no vale-alimentação; R$ 215 no subsídio per capita saúde suplementar; e de R$ 484 no auxílio-creche. Os reajustes nos benefícios serão aplicados a partir de 2024.

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Aposentados em situação pior

No caso dos servidores públicos aposentados somente será concedido o reajuste no subsídio de saúde complementar. Aposentados não recebem vale-alimentação.

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O secretário do MGI afirmou que o compromisso do governo federal é “conseguir para 2025 e 2026 os mesmos índices concedidos pelo Poder Judiciário. Vale ressaltar que, considerando as previsões atuais de inflação, a categoria docente, por exemplo, deve chegar a janeiro de 2024 com 35% de defasagem.

Representantes de diversas entidades sindicais estiveram presentes na reunião. Entre eles, o professor Nilton Brandão, que é presidente da Proifes-Federação, entidade que reúne sindicatos de docentes de todo o Brasil, como o Adufg-Sindicato.

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Presidente da Adufg fala da frustração

O diretor-presidente da Adufg, Geci Silva, lamentou a proposta. Em entrevista ao Diário de Goiás ele disse que os servidores ficam muito “surpresos, assustados e frustrados” com a oferta de nenhum reajuste salarial. “Estamos acumulando seis anos de perdas e nesta hora zero impede qualquer recomposição salarial”, observa.

Conforme ele, as categorias de servidores federais querem ser consideradas no orçamento federal. “Lutamos para sermos vistos. Queremos entrar no orçamento”, cobrou.

Geci observa que os reajustes de benefícios como vale-alimentação e plano de saúde são importantes, mas sequer contemplam os servidores aposentados. “Hoje os aposentados sequer estão conseguindo manter planos de saúde”, observou.

De acordo com ele, o momento agora é de ouvir as categorias e as frentes de servidores que têm negociado com o governo para definir qual caminho a seguir para alcançar as necessidades. “Não adianta o governo nos receber apenas, precisamos avançar na questão salarial e em outras frenes, como a reestruturação dos planos de carreira”, completou.

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