Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) pela Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, revelou que 52% dos eleitores brasileiros aprovam o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 47% o reprovam. O levantamento, realizado entre os dias 4 e 9 de dezembro, mostra um resultado estável em comparação à pesquisa anterior, de outubro, quando a aprovação era de 51% e a reprovação de 45%. A margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos.
Embora o resultado mostre uma aprovação ligeiramente maior, a pesquisa também evidencia variações regionais significativas. Os estados de Goiás (41%), São Paulo (43%) e Paraná (44%) apresentam as menores taxas de aprovação ao governo, refletindo um descontentamento mais pronunciado nessas regiões. Por outro lado, os estados do Nordeste destacam-se com altos índices de apoio. Bahia (66%) e Pernambuco (65%) são os estados com as maiores taxas de aprovação, evidenciando o forte apoio da região ao governo de Lula.
Felipe Nunes, diretor da Quaest, destacou que a estabilidade nos números sugere uma dificuldade do governo em comunicar seus principais resultados, especialmente na área econômica. “O pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, foi reconhecido por apenas 38% dos entrevistados”, explicou Nunes.
A pesquisa também reforça um padrão já observado em governos anteriores: a disparidade de apoio entre regiões do Brasil. Enquanto o Nordeste se mantém mais alinhado ao governo, as regiões Sudeste e Centro-Oeste mostram sinais de insatisfação, especialmente em estados-chave como São Paulo, onde o maior eleitorado do país está concentrado.
A pesquisa também revela uma análise detalhada da aprovação do governo de Lula com base em diferentes recortes sociais. Os números mostram variações significativas no apoio ao presidente entre diferentes grupos de eleitores, considerando fatores como gênero, faixa etária, renda e escolaridade.
Entre as mulheres, Lula é aprovado por 54% e reprovado por 44%, enquanto entre os homens, a aprovação cai para 49%, com uma reprovação de 50%. Esse dado sugere que o presidente mantém maior aceitação entre o público feminino, mas enfrenta uma divisão mais equilibrada entre os homens.
Em relação à renda, as disparidades são ainda mais acentuadas. Lula é aprovado por 63% dos eleitores que possuem renda familiar de até dois salários mínimos, com apenas 34% reprovando sua gestão. No outro extremo, entre os eleitores com renda superior a cinco salários mínimos, a reprovação sobe para 59%, enquanto a aprovação é de apenas 39%. Esses dados indicam uma clara diferença de apoio entre as camadas mais baixas e altas da população.
A pesquisa também mostra diferenças significativas entre as religiões. Entre os eleitores católicos, a aprovação é de 56%, com uma reprovação de 42%. Por outro lado, entre os evangélicos, a reprovação é maior (56%), com a aprovação limitada a 42%. Esses números refletem a polarização religiosa no Brasil, com uma maior insatisfação entre os evangélicos, que historicamente tendem a apoiar mais governos conservadores.
Outro ponto de destaque é a relação entre a escolaridade e a avaliação do governo. Entre os eleitores com Ensino Fundamental, a aprovação de Lula é de 60%, uma ligeira queda em relação a outubro (62%), com a reprovação subindo de 34% para 38%. No Ensino Médio, a aprovação se manteve estável (50%), mas a reprovação aumentou de 46% para 48%.
Por fim, entre os eleitores com Ensino Superior, Lula continua enfrentando uma desaprovação maior, com 58% de reprovação e 41% de aprovação, uma leve mudança em relação a outubro, quando os índices eram 59% e 37%, respectivamente.