Umdos cinco problemas de saúde que mais matam no Brasil, o diabetes causa diversos danos à saúde do paciente, como problemas cardíacos, AVC, hipertensão arterial e doenças renais. Em Goiás, o Ambulatório do Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG) é a principal unidade de apoio aos diabéticos, ofertando cerca de mil vagas por mês para atendimento a pacientes com diabetes.

Agora, esses e outros pacientes serão assistidos no Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (CEAD), que será inaugurado nesta quarta-feira, dia 27, às 8h30, pelo governador José Eliton em Goiânia. Os portadores de diabetes que não fazem acompanhamento e tratamentos adequados podem ter que fazer hemodiálise e até sofrer amputações de membros.

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O CEAD terá com atendimento multidisciplinar, ofertando serviço de psicologia, fisioterapia, neurologia, enfermagem, serviço social, médicos e nutricionistas. Esse acompanhamento integral permitirá que complicações decorrentes do diabetes não se agravem, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A previsão é que o Centro realize cerca de 2 mil atendimentos por mês.

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Na construção e adaptação do CEAD, o governo do Estado investiu cerca de R$ 1,5 milhão, mais R$ 400 mil mensais de custeio. “O espaço foi criado para levar mais qualidade de vida aos usuários do SUS, ampliando o atendimento e promovendo a melhoria na assistência”, garante o governador.

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O chefe do Serviço de Endocrinologia e Diabetes do HGG, Nelson Rassi, responsável pelo CEAD, afirma que o Centro será referência no atendimento a diabéticos e a seus familiares. “O paciente terá um atendimento global, com uma equipe multidisciplinar reunida dentro de um mesmo local para acolhimento o paciente, que não terá dificuldades com mobilidade ou custos, pois o serviço será exclusivamente pelo SUS”, ressaltou.

O Centro de Diabetes também funcionará como um ambiente de pesquisa, com treinamento para profissionais da Atenção Básica, que serão capacitados para atender pacientes em seus municípios. Outro ponto lembrado pelo diretor é a importância da central atendimento a distância. “Esse atendimento, por telefone permitirá aos profissionais que atendem pacientes nos municípios goianos tirarem suas dúvidas sem burocracia, de forma rápida e com atendimento especializado”, explicou.

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Cozinha experimental

Outro diferencial do CEAD será a cozinha experimental, onde os pacientes receberão orientações para o preparo de suas refeições, colaborando com o processo de reeducação alimentar deles e de seus familiares. Nelson Rassi acredita que essa cozinha dará oportunidade prática para a educação alimentar familiar “Os pacientes e suas famílias terão orientação de especialistas de forma teórica e prática, para elaborar suas refeições, o que permitirá uma melhor maneira de aprendizado, com facilidade”, pontua.

Lindalva Sobrinho, 62 anos, é diabética, faz tratamento para o pé no HGG desde 2016 e falou sobre a importância da criação do CEAD. “É tudo que a gente precisava. Faço acompanhamento com nutricionistas desde que comecei meu tratamento, e foram eles que me ajudaram com minha reeducação alimentar. Agora, com essa cozinha experimental, aprenderemos a montar nossas dietas com os profissionais”, comemora.

Como unidade anexa ao HGG, o novo CEAD também será contemplado com ações de humanização. Dentro do Projeto Arte no HGG, na inauguração do centro, que acontece nesta quarta-feira, 27 de junho, será apresentada exposição de artistas Naif, estilo de arte primitivista. Já cederam telas para a primeira mostra do CEAD, até o momento, os goianos Omar Souto, Américo Poteiro, Waldomiro de Deus, Helena Vasconcelos, Manoel Santos, Lourdes de Deus, Sandro Carvalho e Amon de Deus, obras que trarão mais vida e cor à unidade.

Diabetes em números

Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL Brasil 2016), do Ministério da Saúde, divulgou novos números do diabetes e de doenças correlacionadas, fazendo um comparativo cronológico da evolução da doença no País. Em 2006, cerca de 5,5% da população brasileira adulta tinha o diagnóstico de diabetes. Esse número, que vem aumentado a cada ano, chegou aos 8,9% em 2016. A obesidade, fator importante para o aumento da doença, também teve aumento considerável no mesmo período. Em 2006, o número de pessoas consideradas obesas no País chegava a 11,8% da população. Em 2016, já eram 18,9%.

Outro fator importante a ser analisado é que esses números estão relacionados aos anos de escolaridade. Segundo a mesma pesquisa, o índice de diabetes é maior em pessoas com menos anos de escolaridade. As taxas para hipertensão arterial e obesidade, doenças que podem trazer complicações aos diabéticos, também aumentam para pessoas com menos tempo de formação escolar.

Por faixa etária, a doença é mais comum em pessoas com mais de 65 anos, atingindo mais de 27,2% da população no Brasil. A população feminina também é mais acometida pelo diabetes. Cerca de 7,6% dos goianienses têm o diagnóstico da doença.

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