O Governo de Goiás apresentou as estratégias dos Gabinetes contra a Dengue nos municípios goianos. Atualmente, a instalação da campanha de combate ao mosquito Aedes Aegypti foi recomendada emergencialmente a 123 municípios goianos, considerados de alto risco. A meta é que os gabinetes sejam implantados em todas as cidades do estado, monitorando casos de dengue, zika, Chikungunya e ações de vigilância. Em Goiânia, nesse ano, um óbito já foi confirmado, segundo o prefeito Rogério Cruz.
Segundo o governador Ronaldo Caiado, os municípios não devem minimizar virose, sendo necessário encarar com coragem a situação de emergência da dengue, citando como exemplo, o posicionamento do governo frente à pandemia da Covid-19. Além disso, segundo o governador, é fundamental que os municípios hajam com transparência, notificando todos os casos.
“No momento que você coloca transparência nos seus dados, que você diz que todos aqueles que foram atingidos pelo vírus da dengue, esse cidadão será notificado. Vocês terão estrutura laboratorial para identificar e o que fica amanhã é a coragem dos senhores prefeitos e prefeitas em terem notificado, não deixando aquele paciente ir a óbito”, afirma.
De acordo com Caiado, é preciso que as medidas corretas sejam tomadas logo no diagnóstico e, para isso, foi criado em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o telemedicina, em que os médicos poderão consultar um outro colega para saber exatamente como agir diante de cada caso. O governador destacou ainda a necessidade de hidratar todos os pacientes que apresentarem quadro de dengue.
Reforçando a necessidade de hidratação dos pacientes, o governador pediu para que a Secretaria da Educação faça uma enorme conscientização para que as pessoas como controlar a proliferação do vírus, ressaltando que deve manter o mato ao lado das casas aparado e não deixar acumular lixo.
“Essas coisas são fatores de proliferação, meio de cultura para a proliferação do mosquito da dengue. É uma ação conjunta, cada prefeito tem muito mais capacidade que nós daqui mobilizarmos estruturas municipais. Então, dizer a vocês que o estado de Goiás está 100% mobilizado”, diz.
O Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Saúde estão distribuindo repelente, ação que faz parte da campanha de combate contra a dengue. Uma outra medida é o atendimento voltado para a hidratação, em que há aplicação de soro fisiológico e distribuição de água.
O novo secretário de Saúde de Goiás, Rasivel dos Reis Santos Júnior, empossado na manhã desta sexta-feira (26), reafirmou a necessidade da hidratação dos pacientes. “Se a gente não hidratar bem, vamos aumentar o número de internação e o número de dengue grave vai precisar de terapia intensiva. É uma evolução muito rápida, a gente não pode deixar escalar a rampa de complexidade, porque se acontecer é difícil cuidar dele [do paciente]. Vai gastar mais recursos, gerar resultados piores, e nós vamos gastar muito dinheiro”, analisa.
Rasivel afirma que, no ano passado, foram registrados 39 óbitos por dengue, sendo importante o manejo adequado dos pacientes, destacando também a atenção aos casos de Chikungunya. O alerta vem para 2024, em que já foi registrado um outro óbito em Uruaçu e 17 em investigação.
“Então, a gente já tem um volume grande de óbitos em investigação, a maioria de 41 a 50 anos e acima de 71 anos, devido às comorbidades”, diz.
De acordo com o novo secretário de saúde, é preciso planejar e detalhar o desenrolar da crise. Portanto, o primeiro passo seria elaborar o plano de contingência para mitigar os efeitos da dengue em Goiás, com ações suplementares estratégicas e coordenadas para agir com antecipação.
O plano de contingência, também apresentado pelo governador, aponta a distribuição de insumos e medicamentos, como por exemplo soro fisiológico e dipirona; distribuição do Cartão de Acompanhamento de dengue; a telemedicina. capacitação de profissionais, em que já se tem 900 médicos capacitados; aulas gravadas para médicos, enfermeiros e agentes de saúde; e participação ativa das equipes da SES-GO em ações de combate ao vetor nos municípios.
Durante a apresentação das estratégias dos Gabinetes contra a Dengue nos municípios goianos, estiveram presentes 117 participantes de forma online, entre prefeitos, secretários e entidades, além de alguns deputados.
Segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), Márcio Luís da Silva, o que mais importa em torno da discussão é a preservação da vida. “Também faz parte desse processo as adversidades econômicas que nós enfrentamos com a dengue”.
“Temos um relato de associados com dificuldade em mão de obra, com os afastamentos devido a doença, de maneira que é uma discussão que interessa o comércio também. Nós hoje temos a oportunidade de estar presidente em todas as regiões do Estado a fazer as discussões comerciais”, afirmou Márcio Luís.