Diante do risco de voltar a registrar a transmissão de sarampo, o Ministério da Saúde irá repassar a Roraima cerca de 80 mil doses extras de vacina contra a doença.
A medida, que atende a pedido do Estado, ocorre após a confirmação de um caso de sarampo em uma criança venezuelana que chegou ao Brasil com outros refugiados da crise que assola o país vizinho.
Há ainda outros sete casos suspeitos da doença.
Segundo o ministério, todos os registros são importados –ou seja, de pacientes que adquiriram o vírus fora do país. Ainda não há informações sobre a ocorrência de transmissão local.
A avaliação dentro da pasta, no entanto, é que o cenário atual traz riscos de novo retorno da doença, o que faria o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo recebido pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) em 2016.
Em nota, a pasta informa que, até o momento, “não há transmissão autóctone e sustentada do sarampo no Brasil, portanto o país permanece livre da doença”.
O risco de nova expansão do sarampo, porém, tem despertado uma espécie de força-tarefa entre equipes de saúde federais e estaduais em Roraima.
Uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao Estado para auxiliar na investigação dos casos e na ampliação da vacinação, que deve abranger brasileiros e imigrantes venezuelanos.
Em outra frente, a pasta planeja realizar ainda nesta semana um treinamento para profissionais de saúde do Estado sobre aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica.
“A pasta está prestando todo o suporte ao estado e ao município de Boa Vista, nas ações de prevenção, controle e investigação, o que inclui o bloqueio vacinal nos contatos, busca ativa e retrospectiva de outros casos suspeitos, justamente para evitar a expansão do vírus”, informa.
HISTÓRICO
O Brasil não registra casos de transmissão local de sarampo desde 2001. Entre 2013 e 2015, no entanto, foram registrados surtos da doença em Pernambuco e Ceará -todos, no entanto, eram casos importados.
A vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, faz parte do Programa Nacional de Imunizações. Segundo o ministério, o país tem altas coberturas vacinais, estratégia tida como fundamental para evitar novos casos.
Especialistas, porém, têm alertado para uma queda nas taxas de vacinação contra várias doenças nos últimos anos.