O setor de defesa no Brasil deve ganhar incentivos governamentais para aumentar a competitividade e participação no mercado internacional, anunciou nesta terça-feira (4) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na abertura da Feira Internacional de Defesa e Segurança LAAD. As informações são da Agência Brasil.
Segundo Jungmann, as ações vão incluir uma linha de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar países que comprem produtos da base industrial de defesa brasileira, instrumentos de seguro aos fabricantes nacionais e também um grupo na Camex (Câmara de Comércio Exterior) que tratará exclusivamente do setor.
“Precisamos dotar o setor de uma política específica, com instrumentos robustos, que confiram maior eficiência nas nossas relações comerciais”, disse o ministro.
Jungmann destacou que a indústria de defesa serviu de base para avanços tecnológicos na história como o GPS, o micro-ondas e o teflon e disse acreditar que o setor pode contribuir para que a economia cresça com mais força. Ele explicou que incentivos são necessários porque o mercado de defesa é assimétrico entre os países concorrentes e não conta com as mesmas regras que outros setores na OMC (Organização Mundial do Comércio).
O ministro afirmou que as ações são conjuntas com a Camex, o BNDES e os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também disse que o setor é uma área importante e que se beneficia de mudanças estruturais que vem ocorrendo na economia brasileira. O peso do setor no PIB supera os R$ 200 bilhões, e Meirelles destaca que, além de gerar empregos de renda maior que a média brasileira, a área beneficia a indústria como um todo.
“A indústria da defesa é um importante polo gerador de tecnologia e de produtividade na economia.”
Os ministros participaram da abertura da 11ª edição da feira, considerada o mais importante evento da área de defesa da América Latina. Em pavilhões do Riocentro, o evento conta com a exposição de 600 marcas das áreas de engenharia naval e aeronáutica, equipamentos pessoais e táticos, armamentos, sistemas e soluções. Cerca de 150 dessas empresas são brasileiras, representam um setor que corresponde a 3,7% do PIB do país e gera 30 mil empregos diretos.
Além de empresas, 175 delegações de 83 países também aproveitam a feira para fechar negócios e promover projetos. No caso do Brasil, iniciativas como o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) e o Sifron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) contam com exposição em estandes.
Na abertura do evento foi destacada a presença de ministros e vice-ministros da defesa de países como Chile, Itália, Colômbia, Nigéria e Tunísia.
Ao todo, 37 mil visitantes são esperados e mais de 2 mil reuniões de negócios devem ocorrer entre empresas e delegações. (Folhapress)