BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em meio a bate-boca, a base de apoio ao governo rejeitou nesta quarta (14) votar ainda neste ano na Câmara a proposta de emenda à Constituição que estabelece eleição direta caso Michel Temer deixe o cargo antes do término do mandato, em 31 de dezembro de 2018.
A oposição tentou incluir na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara emenda do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) e já relatada favoravelmente por Esperidião Amin (PP-SC).
Apresentado com o apoio de PT, PDT, PSOL, Rede, PC do B e dissidentes da base governista, requerimento para inclusão da emenda foi derrotado por 33 votos a 9. O requerimento foi apreciado na sessão que faz a análise inicial da reforma da Previdência.
O deputado Carlos Marum (PMDB-MS) ameaçou bater nos adversários que não o deixavam falar e disse que a emenda é um “casuísmo”. Em resposta, foi chamado de “golpista”.
“Aqueles que consideram que essa PEC [emenda] é casuísmo é que estão considerando que o governo Temer já acabou”, afirmou Júlio Delgado (PSB-MG).
“Trazer neste momento um tema que causa insegurança, instabilidade é jogar com falta de responsabilidade. O país está procurando se reencontrar, se reerguer, não podemos aprofundar essa crise”, discursou o governista Danilo Forte (PSB-CE).
O PSB é aliado a Temer, comanda o Ministério de Minas e Energia, mas tem correntes internas que defendem o rompimento imediato.
A Constituição estabelece a realização de eleições indiretas pelo Congresso se houver vacância dos cargos de presidente e vice após a metade do mandato -ou seja, a partir de 1º de janeiro 2017.